Telhado é usado para plantio de arroz — Foto: Divulgação/Instituto Cidade Jardim
GERADO EM: 26/06/2024 - 04:00
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Em tempos de calor recorde e inundações históricas,telhados verdes e jardins verticais ajudam a reduzir a temperatura das cidades e absorver a água da chuva. As tecnologias atuais permitem que esses sistemas sejam aplicados em qualquer tipo de cobertura e,quando implementados em escala regional,ajudam a reduzir enchentes,amenizar ilhas de calor e até produzir alimentos. Mas o Brasil ainda utiliza pouco esses recursos.
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— Na Europa,esse mercado movimenta cerca de € 1 bilhão por ano com a instalação de 13 milhões de metros quadrados. Na China,a instalação anual é de cerca de 3 a 4 milhões de metros quadrados. Aqui,ficamos entre 50 mil e 60 mil por ano — afirma o engenheiro agrônomo Sérgio Rocha,sócio-fundador do Instituto Cidade Jardim.
No Hemisfério Norte,o que alavanca o setor é a união de empresas e programas governamentais para subsidiar parte dessa transformação. No Brasil,houve uma tentativa de copiar o modelo alemão e,a partir dos anos 2000,algumas prefeituras criaram incentivos para a instalação. Mas ainda são ações isoladas.
— Aqui é tudo muito pontual. Falta organização do mercado para conseguir avançar — afirma a arquiteta e urbanista Catarina Feijó,diretora de marketing da Ecotelhado,que em 19 anos instalou mais de 1 milhão de metros quadrados de teto verde no Brasil e em outros países da América Latina.
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Nina,aos 3 anos,plantando a primeira muda no manguezal da Baía de Guanabara — Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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Mudas que compõe o manguezal começaram a ser plantadas na APA de Guapimirim em junho de 2021 — Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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O projeto faz trabalho em conjunto com pescadores locais,que utilizam técnicas específicas para plantar em regiões alagadas — Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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Uma das mudas replantadas pelo Guanabara Verde — Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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Unidos pela preservação — Foto: Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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Região de Guapimirim vista de cima,após um ano e meio de replantio — Foto: Divulgação/Instituto Mar Urbano
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Publicidade O projeto Guanabara Verde foi criado em 2021 e atua na região da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim,na Baía de Guanabara. Até hoje,mais de 30 mil mudas de espécies nativas foram plantadas no local.
O teto verde consiste numa cobertura de plantas sobre uma membrana impermeável,que evita infiltrações. Pode reduzir a temperatura de um cômodo em até 17°C,com relatos de diminuição de 5% a 6% na conta de luz. E os substratos do telhado ajudam a conter a água da chuva. Cada 5 cm de terra de um teto verde é capaz de absorver em torno de 35 litros de água.
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Apesar de ainda modesto,o interesse por essas tecnologias tem crescido. Segundo Catarina,há escritórios de arquitetura que já oferecem telhados verdes como premissa em seus projetos. São Paulo e os estados do Sul são os que mais consomem o produto. No Rio,é mais comum a instalação de jardins verticais,que auxiliam no conforto térmico e acústico,além de reduzir a poluição.
Com o objetivo de disseminar o teto verde e o jardim vertical,em um país onde 84% das construções são cobertas por telhas,o Instituto Cidade Jardim está lançando um novo produto de simples instalação e baixo custo: a telha hidropônica,onde sementes e mudas podem ser diretamente plantadas.
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O metro quadrado deve ficar em R$ 490,enquanto um teto verde convencional custa entre R$ 350 e R$ 1.500,sem contar os custos de preparação da laje. O primeiro lote deve ser instalado no interior de São Paulo no próximo mês.