O presidente da Espanha,Pedro Sánchez (centro),com o presidente dos EUA,Joe Biden,e o secretário-geral da Otan,Jens Stoltenberg — Foto: Mandel NGAN/AFP
GERADO EM: 10/07/2024 - 23:47
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O presidente do governo espanhol,Pedro Sánchez,pediu nesta quarta-feira que se defenda o “direito internacional” em Gaza como na Ucrânia,“sem duplos padrões”,à margem de uma cúpula da Otan,em Washington.
“Se dissermos aos nossos cidadãos que apoiamos a Ucrânia porque defendemos o direito internacional,é a mesma coisa que temos de fazer com Gaza”,disse ele num fórum na capital dos EUA.
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"É importante compreender que o que defendemos em Gaza e na Ucrânia não é apenas o direito internacional,mas que temos uma posição coerente”,disse Sánchez,cujo governo enfureceu Israel em maio,ao reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado.
“Não temos padrões duplos”,acrescentou. “Apoiamos o direito internacional,especialmente o direito humanitário internacional”,disse,sob aplausos da plateia.
Na sua opinião,o reconhecimento “do Estado da Palestina” proporciona “um horizonte político para criar as condições para um novo Estado que possa coexistir,em paz e segurança,com os seus vizinhos,especialmente com Israel”.
O chefe do governo socialista apelou a “criar as condições para um cessar-fogo imediato e urgente” porque “há um risco real de escalada em direção ao Líbano” e a “travar esta terrível crise humanitária que os palestinos estão sofrendo,não só em Gaza,mas também na Cisjordânia.
Mais de 38 mil pessoas,a grande maioria civis,foram mortas em Gaza na ofensiva israelense desde o início da guerra entre Israel e o Hamas,segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo grupo islâmico palestino.
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O conflito eclodiu em 7 de outubro,quando comandos islâmicos mataram 1.195 pessoas,a maioria civis,e sequestraram 251 no sul de Israel,segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Em seu discurso no fórum,Sánchez estimou que a Otan deve comprometer-se mais com o flanco sul porque a sua instabilidade “é uma ameaça”.
Citou organizações de tráfico de seres humanos,“redes terroristas” e um aumento da presença da Rússia nos países do Sahel,faixa que atravessa o continente africano de leste a oeste e é muito afetada pela pobreza,conflitos e crime organizado.
“Dezenas de mulheres,homens e crianças morrem em ataques de mercenários russos nas aldeias do Sahel e outros milhares são deslocados à força ao tentar escapar”,disse ele.
Por isso aplaudiu o fato de a Aliança do Atlântico Norte ter adotado nesta quarta-feira “um roteiro detalhado e prático para trabalhar” com os parceiros do flanco sul.
Horas antes,Sánchez reuniu-se a portas fechadas com os outros líderes da Otan no Conselho do Atlântico Norte,o principal órgão de decisão política da organização.