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Pesquisa feita por fundação do PT constata que segurança pública é a área mais controversa para o partido

2024-07-25     HaiPress

O presidente Lula em evento no Palácio do Planalto — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

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GERADO EM: 25/07/2024 - 04:30

Segurança Pública: Desafio para Simpatizantes do PT

Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo indica que segurança pública é o tema mais controverso para simpatizantes do PT. A avaliação,sem percentuais,visa orientar candidatos petistas nas eleições. Saúde e educação têm avaliações positivas,mas com ressalvas. A influência de Lula é destacada. A identificação do PT nas cidades requer presença ativa de lideranças. O partido enfrenta dificuldades históricas em eleições municipais,com desafios em apresentar propostas para segurança pública.

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Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo,braço teórico do PT,mostrou que a segurança pública é a área mais controversa para os eleitores simpatizantes do partido nos municípios. O material preparado a partir do levantamento visa a orientar os candidatos petistas que vão disputar a eleição de outubro.

Também foram constatadas percepção sobre saúde; infraestrutura e mobilidade; geração de emprego e educação; e mudança climática e saneamento. O partido aferiu ainda a influência e a força de Lula nas disputas pelas prefeituras. A pesquisa seguiu o método qualitativo. Portanto,não foram contabilizados os percentuais das opiniões emitidas.

A direção do PT pretendia apresentar o material aos candidatos do partido de todo o país em uma reunião virtual na quarta-feira,mas,por causa do período de convenções e da dedicação dos postulantes à preparação de documentos para fazer o registro das chapas,o encontro acabou adiado.

No material de apresentação da pesquisa,o partido pede cautela aos candidatos para tratar de segurança pública nas disputas. “É preciso ter muito cuidado para levar o debate de segurança pública para a sua cidade. A pesquisa mostra que,mesmo simpatizantes do PT,consideram que o partido não tem muitas propostas nessa área”,afirma o material.

O relatório da pesquisa aprofunda a percepção ao frisar que a “maioria acredita que o PT não tem políticas na área para apresentar — com exceção de políticas contra a pobreza (indiretas).” O texto ainda ressalta que “permeia na amostra críticas em direção ao partido com relação à dificuldade de enfrentar a criminalidade.”

De acordo com a pesquisa,“a falta de segurança é comentada como algo caro aos participantes,até mesmo em cidades de pequeno porte – relatam recorrência de assaltos e casos de criminalidade”. A Fundação Perseu Abramo (FPA) sugere que os candidatos do PT consultem uma cartilha sobre segurança pública elaborada pela entidade. Entre as propostas,a FPA afirma que deve caber ao prefeito de cada cidade decidir se a guarda civil deve ou não portar armas.

No governo,a grande aposta para área de segurança é uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi elaborada pelo Ministério da Justiça. O texto,que foi enviado à Casa Civil e aguarda o aval de Lula,amplia a atuação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal no combate ao crime organizado. A PEC é vista com bons olhos no Senado,mas enfrenta resistências na Câmara.

A pesquisa elaborada pela Fundação Perseu Abramo diz que a avaliação dos eleitores simpatizantes do PT nas áreas da saúde,saúde e educação é majoritariamente positiva. Porém,em relação à saúde,é feita uma ressalva:

“Ainda que haja percepção de melhorias no atual governo,a avaliação da saúde ainda é passível de muitas críticas. Essa área é vista como um problema crônico no país,sobretudo pela demora em consultas e exames e no atendimento de emergência nas UPAs e nos hospitais públicos.”

O relatório ainda destaca que “mais recentemente,com o aumento dos casos de dengue,o atendimento nas UBS trouxe novas queixas”. Porém,as secretarias de saúde são citadas como principais responsáveis pela falta de atuação adequada para evitar a epidemia. “Ainda que acreditem que o governo federal valoriza o SUS e envia recursos financeiros aos estados e municípios,há quem diga que as verbas não necessariamente parecem ser bem utilizadas”,diz o texto.

No material de apresentação,a fundação diz que ao falar de geração de emprego e educação,“defender o que o presidente Lula e o ministro (Fernando) Haddad estão fazendo é um bom caminho”.

O levantamento chama a atenção para o fato de o PT nunca ter conseguido obter em eleições municipais um percentual de votos equivalente ao total de eleitores que se declaram simpatizantes do partido,sempre superior aos 20%. Nas duas últimas disputas,o partido recebeu apenas 5% dos votos válidos para vereador.

“Quem tem o PT como partido de preferência nem sempre vota no PT porque ainda que o partido seja um elemento bastante relevante,não é uma condição suficiente ou exclusiva para a decisão de escolha por um candidato a vereador,ou também a prefeito”,constata.

Os entrevistados sugeriram que o PT tenha mais aproximação com o povo por meio da presença de seus representantes nos bairros,comunidades,áreas rurais e também nas redes sociais.

De acordo com a pesquisa,a identificação do PT na cidade é feita quando há lideranças do partido presentes e atuantes. “Cidade sem liderança,é cidade sem o PT”. O material aponta que o fator Lula nas eleições municipais parece ser potencializado porque seria sinônimo de apoio do governo federal para a cidade. No Nordeste,porém,o endosso de Lula tem relevância por si só,“mais até que um candidato ser do PT”.

A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 25 de abril com 12 grupos focais,sendo seis no Nordeste e seis no Sudeste. Os grupos eram compostos por eleitores de ambos os sexos,com idade entre 30 e 50 anos que declaram o PT como partido de preferência.

Dirigentes do partido não quiseram comentar os resultados da pesquisa porque o material ainda foi apresentado. De forma reservada,dizem,que as constatações já eram esperadas e que não há dúvida das dificuldades da sigla para apresentar propostas para segurança pública. Também ressaltam que historicamente os territórios municipais sempre foram dominados pela direita,desde a época da Arena,partido de situação durante a ditadura militar.

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