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Empresários cabo-verdianos querem apostar na produção industrial

2024-07-30     HaiPress

"Cabo Verde ainda vive aquém daquilo que é normal num país em vias de desenvolvimento,que é ter indústrias capacitadas para exportar ou para responder à demanda interna",analisou Marcos Rodrigues,ao intervir na abertura de uma feira itinerante,que a agremiação organiza com o Banco Africano de Importações e Exportações (Afreximbank) na capital cabo-verdiana.

 

O líder da maior associação empresarial de Cabo Verde,com mais de 700 membros,disse que é preciso "acrescentar uma nova via" aos vários processos de financiamentos no país,para dar aos empresários instrumentos para apostarem na produção industrial com vista à exportação.

Marcos Rodrigues disse que o país tem "problemas" em todos os ecossistemas de desenvolvimento,exemplificando que no turismo a maioria dos produtos são importados e Cabo Verde importa cerca de 80% dos produtos que consome.

Por isso,afirmou esperar uma "capacidade firme" dos empresários para montar "projetos inovadores e disruptivos" e assim fazer essa transição para a industrialização.

"Não podemos continuar a depender sistematicamente,permanentemente e continuadamente da importação como fator do desenvolvimento das nossas Nações",insistiu o empresário,que quer "romper" com a situação atual e criar "indústrias altamente capacitadas".

Quanto aos produtos,avisou que devem estar certificados a nível internacional,que tenham qualidade e design para competir a nível global e que o foco deve ser a robotização,a inteligência artificial,a realidade virtual e aumentada.

Com a feira itinerante de dois dias,o Afreximbank e a Câmara de Comércio de Sotavento querem diversificar,fomentar e apoiar o crescimento económico de Cabo Verde.

Subordinado ao tema "Catalisar o crescimento da produção local e das exportações no âmbito da implementação do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA)",o evento visa ainda identificar e promover projetos bancáveis em vários setores no país para além do turismo.

Com mais de 20 anos,o Afreximbank tem uma carteira de financiamento de 290 milhões de dólares em Cabo Verde,em créditos e garantias,sobretudo na área do turismo,mas quer também diversificar o mercado,apostando na indústria local,com capacidade de exportação.

Conforme avançou Eric Monchu Intong,diretor de Operações Regional da África Ocidental Anglófona,o banco quer ajudar a promover uma "nova economia" no arquipélago,e vai dar uma garantia para financiar um projeto de produção de inertes que vai exportar para a África Ocidental.

O Afreximbank é a principal instituição financeira multilateral do continente dedicada ao financiamento e à promoção do comércio intra-africano,que ronda os 18%,e extra-africano (64%).

No início deste mês,o banco anunciou a quintuplicação do capital social,que passou de cinco para 25 mil milhões de dólares.

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