Num comunicado enviado hoje à Bolsa de Valores de Hong Kong,a Evergrande NEV,filial dedicada ao fabrico de veículos elétricos,indicou que a audiência decorreu num tribunal chinês na sexta-feira e que a decisão foi favorável aos credores,poucos dias depois de terem apresentado o pedido.
A empresa tinha revelado o pedido de declaração de falência das subsidiárias Evergrande New Energy Vehicle (Guangdong) e Evergrande Smart Automotive (Guangdong) em 28 de julho.
Na altura,a Evergrande NEV admitiu que o pedido poderia ter "um impacto material na produção e nas atividades operacionais da empresa e das subsidiárias afetadas".
Após o anúncio da decisão judicial,as ações da empresa chegaram hoje a cair 4,76% em Hong Kong.
As ações da Evergrande NEV já acumularam uma queda superior a 32% até ao momento este ano.
Em junho,a empresa tinha alertado para o possível confisco de ativos por parte das autoridades devido a dívidas.
A Evergrande NEV admitiu que as autoridades da China exigiram,por escrito,o pagamento de cerca de 1,9 mil milhões de yuan (244 milhões de euros) no prazo de 15 dias,embora a empresa tenha garantido que iria recorrer da decisão.
A 22 de maio,a Evergrande NEV já tinha revelado que as autoridades chinesas exigiam a devolução deste valor,correspondente a subsídios,depois de não ter conseguido iniciar a prometida produção em massa dos seus veículos elétricos.
No final de 2023,a empresa tinha fabricado 1.700 unidades do seu primeiro veículo,o Hengchi 5,e entregue quase 1.400 unidades.
Caso o recurso seja rejeitado,"o grupo ficaria exposto ao risco de 'recuperação obrigatória' de terrenos,edifícios e maquinaria que seriam utilizados para o reembolso de incentivos e subsídios",o que teria um impacto significativo na situação financeira e operações da empresa.
No final de maio,os administradores judiciais do grupo Evergrande alegaram ter encontrado um possível comprador para adquirir até 58,5% da filial de veículos elétricos.
A Evergrande NEV foi forçada a interromper a produção na sua fábrica em Tianjin,no norte da China,devido a uma "grave escassez de fundos".
A justiça de Hong Kong ordenou no final de janeiro a liquidação da Evergrande a favor dos credores estrangeiros,uma decisão que poderá não ser reconhecida na China continental,onde se encontra a maior parte dos ativos do grupo.
A Evergrande,com um passivo de cerca de 330 mil milhões de dólares (307 mil milhões de euros),entrou em incumprimento há mais de dois anos,depois de sofrer uma crise de liquidez devido às restrições impostas por Pequim ao financiamento de promotores imobiliários com elevado nível de dívida.