Harpa — Foto: Pixabay
GERADO EM: 08/08/2024 - 04:30
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
Nesse momento,no espaço Uaná Etê Jardins Culturais (@uanaete),em Paulo de Frotin,cidade a 93 quilômetros do Rio de Janeiro,acontece o festival Garden of Harps (@gardenofharps) sobre o qual falei no dia 11 de julho. Organizado pelas harpistas Claudia Miranda e Cristina Braga o festival vai ter dois momentos. O primeiro,já em andamento,é para pessoas que possuem uma harpa e desejam saber mais sobre harpaterapia. Sábado,depois de amanhã,leigos como eu serão bem-vindos,para conhecer melhor a técnica com aulas de dois expoentes internacionais da harpaterapia: Christiana Tourin e Ludwig Conistabile,e assistir ao concerto mágico das 50 harpas. No domingo haverá duas sessões de harpaterapia ao ar livre,para que as aulas ganhem um sentido prático.
Paulo de Frotin fica a poucos quilômetros da cidade de Vassouras,considerada a capital brasileira da harpa e onde 160 alunos da rede pública têm iniciação musical com esse instrumento. Parte desses alunos,aliás,participará do concerto das 50 harpas que acontecerá este sábado,18 horas,no Anfiteatro Pedra do Labirinto da Música no Uaná Etê.
Instrumento com 47 cordas,a ressonância da harpa moderna vibra muito bem com o sistema nervoso humano,também composto de fios longos e vibrantes,os nervos. Formada em musicoterapia pela Universidade Federal de Minas Gerais,a também arquiteta Claudia Miranda é apaixonada por harpa e há mais de uma década trabalha com cuidados paliativos em hospitais e em consultório de Belo Horizonte,onde vive. O Hospital da Baleia,que somente atende pacientes do SUS,é onde ela atua semanalmente,mas Claudia já deu sessões de harpaterapia no Sirio Libanês e Albert Einstein,em São Paulo,e tem um espaço próprio somente para aulas e atendimento.
— Tudo começa com o encanto visual que a harpa proporciona— diz Claudia. — Pode reparar,quando queremos fazer alguma indicação de música a harpa é o instrumento mais usado para representá-la — afirma.
O glissando (som produzido pelo dedilhar de todas as cordas da harpa) é único e,por causa das características de afinação do instrumento,capaz de variações harmônicas.
Segundo o método desenvolvido pela norte-americana Christina Tourin,o Programa Internacional de Harpa Terapia,cada pessoa tem uma sonoridade,que está relacionada com o tom de voz que temos e o ritmo da nossa fala. Uma das possibilidades em uma sessão de harpaterapia então é que o terapeuta desenvolva uma melodia a partir dessas características do paciente. E a partir do desejo do paciente vá levando a melodia para sons que podem relaxar,aumentar o tônus,o vigor,o nível de empoderamento da pessoa.
— É uma ferramenta muito sutil e poderosa — conta Claudia.
O italiano Ludwig Conistabile,musicoterapeuta da Universidade de Milão tem outro jeito de curar com as harpas. Inspirado na narrativa oral dos trovadores,seu método,o Arpaterapia Immaginativa (terapia de harpa imaginativa,em italiano) combina a vibração e a ressonância das harpas com terapia de imagens guiadas. Segundo Claudia,Ludwig é uma referência na “área e o trabalho dele é muito potente”.
Professora de harpaterapia,Claudia também desenvolveu um método pessoal,baseado em um oráculo,inspirado nos 22 arcanos maiores do tarot de Jung.
— Muitas pessoas me procuram para uma consulta única e esse oráculo ajuda bastante a conectar à questão central que podemos trabalhar na sessão — conta ela.
O oráculo de Claudia tem 24 cartas e foi ilustrado por Janaína Caldeira e todas as cartas têm uma harpa. A segunda edição do livro já está na gráfica e além do texto virá com partituras para cada carta. Claudia aliás terá alguns desses livros para autografar durante o festival.
2024-08-08