2024-08-14
HaiPress
Chegada dos torcedores ao estádio Etihad,casa do Manchester City — Foto: Oli SCARFF / AFP
GERADO EM: 14/08/2024 - 04:00
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Acusado de cometer 115 supostas infrações às regras financeiras da Premier League,o Manchester City pode ser julgado a partir de setembro,segundo o jornal The Times. O início das audiências,previsto para novembro,pode ser adiantado,e,assim,um provável veredicto pode vir no início de 2025.
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De acordo com o The Times,o resultado de uma ação legal separada que o City abriu contra as regras da Premier League relativas a transações entre partes associadas,designadas para regular como os clubes obtêm patrocínios e receitas através de negócios vinculados a seus donos,sairá nos próximos 15 dias.
Ainda segundo o jornal,isso permitiria antecipar a audiência pelas 115 acusações,todas negadas pelo City. O clube,propriedade de Abu Dhabi,é acusado de não ter cumprido as regras financeiras entre 2009 e 2023.
Não se sabe ao certo que tipo de punição pode ser aplicada ao City,que na temporada passada conquistou o inédito quarto título consecutivo do Campeonato Inglês. A perda de pontos ou até mesmo o rebaixamento na liga foram mencionados como possibilidades.
Segundo a regra W.51 do regulamento da Premier League,a comissão pode impor uma ampla gama de sanções contra qualquer clube que tenha violado as regras. As punições,no entanto,variam de acordo com o tipo de violação. Entre elas estão:
Multas,perda de pontos e suspensão,ou mesmo expulsão,da competição.A sub cláusula W.51.7 afirma que a comissão pode “impor ao réu qualquer combinação das anteriores ou qualquer outra penalidade que considere adequada”.Fica em aberto a possibilidade de o City perder seus títulos.
Em fevereiro deste ano,a Premier League,após uma investigação de quatro anos,acusou o Manchester City de ter violado mais de 100 vezes as regras financeiras da liga inglesa,por quase uma década.
Em seu site oficial,a entidade afirmou que encaminhou as supostas violações cometida pelo clube a uma comissão independente. As violações são em quatro áreas:
O clube falhou em apresentar “uma visão verdadeira e justa da posição financeira do clube” ao não fornecer informações precisas entre 2009/10 a 2017/18.Não incluiu detalhes completos da remuneração de jogadores no período de 2010/11 a 2015/16 e do técnico Roberto Mancini entre 2009/10 e 2012/13.Violou os regulamentos nacionais e continentais de fair play financeiro entre 2013/14 e 2017/18.Não cooperou com as investigações da Premier League de 2018 até o momento,ao não entregar documentos e informações.
Em nota oficial,o clube se defendeu e disse estar "surpreso" com as acusações de violações das regras. O City vai aguardar a revisão da comissão independente.
"O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League,principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu.
O Clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente,para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição.
Como tal,esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas."
Durante o período investigado,o Manchester City venceu a Premier League e a Copa da Liga seis vezes cada e a FA Cup duas vezes. O clube ainda busca o sonhado título da Champions,sendo sistematicamente uma dos grandes favoritos nos últimos anos. Por trás do sucesso,estão os gastos exorbitantes com elenco e comissão técnica (a equipe do City é estimada em 1 bilhão de libras,mais de R$ 6 bilhões). Os efeitos disso são:
Desequilíbrio competitivo no campeonato nacional e em toda a Europa.Desenvolvimento de uma superliga separatista (da qual o City fazia parte) com os superclubes europeus.Necessidade de regulamentação independente do futebol inglês.Caso seja comprovado que o City quebrou as regras,o futebol ficará sob maior escrutínio.
Em fevereiro de 2020,o clube inglês foi banido pela Uefa por dois anos,e recebeu uma multa de 30 milhões de euros,por ter violado as regras do Fair Play Financeiro da confederação europeia ao inflar as receitas de patrocínio em seus balanços de 2012 a 2016. Meses depois,a sanção foi anulada após um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS). O City pagou apenas uma multa de 10 milhões de euros.
