"Espera-se que Timor-Leste mantenha a sua trajetória de recuperação,com a projeção de um crescimento do Produto Interno Bruto próximo dos 3% em 2024,acelerando para uma média de 3,7% para o período 2024-2026",refere-se no relatório semestral das perspetivas económicas da instituição.
Os dados indicam que até maio de 2024 tenha sido executado cerca de 25% do Orçamento de Estado e 6% do orçamento de Capital e Desenvolvimento.
"São necessárias taxas de execução substancialmente mais elevadas para alcançar níveis mais elevados de crescimento económico",pode ler-se no relatório.
Segundo a organização,o crescimento vai continuar dependente da despesa pública e o défice orçamental deverá permanecer elevado,situando-se a "44% do PIB a médio prazo".
"Sem medidas significativas geradoras de receitas,prevê-se que o défice continue a aumentar,o que obriga à continuação dos levantamentos do Fundo Petrolífero",lê-se no documento.
O Banco Mundial destaca uma "estagnação na produtividade",especialmente nos setores do PIB não petrolíferos,associado a "progressos lentos na diversificação da economia".
Em relação à inflação,a organização salienta que apesar do fortalecimento do dólar e do alívio das pressões inflacionistas,o preço dos produtos alimentares continua elevado.
Nos primeiros quatro meses do ano foi registada uma inflação de 4,7% contra os 11,9% registados durante o mesmo período em 2023.
O Fundo Petrolífero manteve-se estável com 18,45 mil milhões de dólares (cerca de 16,54 mil milhões de euros),em março deste ano,registando um modesto aumento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Este crescimento foi impulsionado pelos preços do petróleo e do gás,pelo pagamento de receitas referentes a 2023 e pela redução dos levantamentos devido à baixa execução orçamental no contexto da transição política",salienta o Banco Mundial.
Para o Banco Mundial,o setor privado continua pouco desenvolvido e "contribuiu modestamente para a criação de emprego e para o dinamismo económico" e os "desafios do mercado de trabalho persistem",com aumento do desemprego - cerca de 30% da população não trabalha,nem estuda - e a diminuição de salários,"especialmente entre os trabalhadores com níveis de educação mais elevados".