Na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho de ministros de hoje,António Leitão Amaro confirmou a aprovação de medidas sobre o alojamento local para responder ao "equilíbrio de vários interesses,entre proprietários,investidores no alojamento local,condóminos,quem procura habitação".
Recordando que o Governo detalhou essas medidas no conselho de ministros anterior,de 8 de agosto,o ministro informou que o diploma já "passou pelas consultas obrigatórias",referindo-se aos pareceres das regiões autónomas dos Açores e da Madeira e da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
No comunicado do conselho de ministros de hoje,divulgado posteriormente,o Governo refere que foi aprovado o diploma "que revoga a contribuição extraordinária sobre os imóveis em alojamento local,bem como a fixação do coeficiente de vetustez aplicável aos estabelecimentos de alojamento local para efeitos da liquidação do IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis]".
Simultaneamente,foi aprovado o decreto-lei que altera o regime jurídico da exploração dos estabelecimentos de alojamento local,"após audição dos órgãos próprios das regiões autónomas da Madeira e dos Açores e da Associação Nacional de Municípios Portugueses".
Entre outras coisas,o diploma volta a remeter para as câmaras municipais a decisão de pôr fim a alojamentos locais em edifícios de habitação.
Ao mesmo tempo,as câmaras podem não decretar o cancelamento imediato do registo de alojamento local e "convidar as partes a obterem um acordo".
Os condomínios continuam a poder opor-se a alojamentos locais,mas têm de fundamentar essa oposição "na prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio,bem como de atos que causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos".
Simultaneamente,o Governo propõe a criação de um mediador para o alojamento local.
Segundo o comunicado,o decreto-lei propõe-se eliminar "certas restrições gravosas e desproporcionadas à iniciativa privada no setor" e apostar "na descentralização dos poderes de regulação da atividade de alojamento local para os municípios,cabendo a estes ajustar os regulamentos municipais à realidade local".
No final do conselho de ministros,António Leitão Amaro destacou como "princípios essenciais" das novas medidas,"descentralizar a decisão e a regulamentação" sobre a atividade do alojamento local e "revogar os erros do Governo anterior,que castigavam um investimento que foi importante para as nossas cidades e para o território nacional".
O ministro reconheceu que "é necessário,em muitos territórios,regulamentar o alojamento local",notando,porém,que essa regulamentação "deve ser diferenciada" e "de base local",no respeito pelo "compromisso entre os vários interesses".