Inicialmente,aquando do lançamento do programa Ferrovia 2020,em 2016,estava previsto que as obras de requalificação decorressem entre 2017 e 2019,mas só estão a terminar atualmente.
A obra acabou por se iniciar em julho de 2020 e tinha um custo inicial de 55,3 milhões de euros,mas em praticamente quatro anos os custos aumentaram cerca de 20 milhões de euros,segundo as revisões publicadas no portal Base.
O aumento é fruto de 35 alterações contratuais realizadas desde novembro de 2021 junto do consórcio Azvi e DST,que está a realizar a obra,tendo a última atualização o preço de 74,8 milhões de euros.
No âmbito dos mecanismos de revisões de preços,o custo previsto até já chegou a ultrapassar os 75 milhões de euros,mas a última atualização,referente a abril,estabeleceu o valor em 74,8 milhões.
No final de julho,a IP disse à Lusa que as obras estariam concluídas no início de agosto,e estando a componente ferroviária finalizada,permanecem alguns trabalhos.
Esta semana,eram visíveis trabalhos de acabamentos na estação da Granja e no apeadeiro da Aguda,marcados pela polémica das passagens superiores pedonais ali instaladas. Na Granja faltam ainda colocar parte da cobertura do antigo edifício da estação,constatou a Lusa no local.
Também as passagens inferiores pedonal e rodoviária das Moutadas estão por abrir (estão em fase de conclusão,segundo a IP),bem como a passagem inferior rodoviária que serve o apeadeiro de Francelos.
Há também alguns trabalhos por realizar no que diz respeito à sinalética. Se em apeadeiros como Francelos o passageiro chega às plataformas e tem indicação do sentido dos comboios,o mesmo ainda não acontece na estação de Valadares ou no apeadeiro da Madalena.
Na Madalena,cuja intervenção também chegou a causar alguma polémica devido à demolição de um mirante do século XIX,que acabou por ser desmontado,junto à agora passagem superior pedonal está um terreno vedado.
A Lusa questionou a IP se o terreno será destinado à remontagem do mirante (a cargo da Câmara de Gaia),e também relativamente à abertura das passagens inferiores e instalação de sinalética,e aguarda resposta.
A intervenção entre as estações de Espinho e Vila Nova de Gaia (Devesas) envolveu a substituição integral da superestrutura da via,a alteração dos 'layout' das estações de Granja e Gaia,a implantação de duas novas diagonais de contravia entre Miramar e Francelos,ou a implantação de duas vias de resguardo,com 750 metros de comprimento útil,para resguardo de comboios de mercadorias,a norte do apeadeiro de Francelos.
Houve também lugar à substituição de passagens de nível por passagens desniveladas (inferiores e superiores,para peões e automóveis),bem como a beneficiação das plataformas de passageiros.
Em causa estão as estações de Gaia,Granja e Valadares e os apeadeiros de Aguda,Miramar,Francelos,Madalena e Coimbrões.
Foi também já instalado e colocado em serviço o sistema de sinalização eletrónica entre Esmoriz e Gaia e sua integração no Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto,o sistema de controlo automático de velocidade e os sistemas de telecomunicações.
A IP também já pôs a concurso,por 50 mil euros,estudos para passagens inferiores na Granja e Aguda,em Gaia,na sequência de um protocolo de 2022 celebrado após protestos das populações contra as passagens superiores instaladas,em que as estruturas foram apelidadas de "mamarracho","escarro arquitetónico" ou "muro de Berlim" pela população.
A conclusão total da intervenção chegou a estar prevista para 2023,mas a empreitada "sofreu vários impactos com relevância no prazo,decorrentes dos constrangimentos que se vêm registando no mercado da construção",segundo a IP.