Catherine Deneuve em cena em 'Bernadette' — Foto: Divulgação
GERADO EM: 29/08/2024 - 03:31
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O papel de bela,recatada e do lar de um político importante deve ter seus benefícios. Não raro,a traição do marido supostamente acima de qualquer suspeita. Foi o que aconteceu com Bernadette Chirac que,apesar de fiel à criação no tempo em que “mulheres obedecem aos maridos”,cansada de habitar em segundo plano,decidiu mudar o lugar de cala e ir à luta em busca de uma voz própria. E o que fez o esposo traído por tanta independência,o então presidente da França,Jacques Chirac (1932-2019)? Esperneou como um bebê. Pelo menos no filme “Bernadette”,estreia na direção de Léa Doménach,que traz no papel título a primeira-dama incontestável do cinema francês,Catherine Deneuve.
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Não se sabe se a verdadeira Bernadette,atualmente com 91 anos,riu ou chorou diante de suas peripécias,narradas em tom de sátira,com direito a pastiche de coro grego e atuações intencionalmente beirando à caricatura,sobretudo de Michel Vuillermoz como o marido frágil e inseguro. E quais as armas adotadas pela ex-senhora submissa para o duelo? Contratar um coach (Denis Podalydès,excelente).
Em política,nada se perde,nada se cria,tudo se transforma — pelo menos na França. Afinal de contas,tudo pelo poder. Apesar do aviso inicial de que “nem tudo é verdade”,os causos relatados devem ter feito a festa do público francês,familiarizado com o extenso “quem é quem” dos bastidores do Palácio do Eliseu. Por aqui,a realização deve apenas despertar alguns sorrisos,sobretudo pela causa feminina em foco. É bom avisar: cuidado com elas.
Bonequinho olha.