A atriz Bruna Linzmeyer em cena do filme “Cidade; Campo” — Foto: Alice Andrade Drummond
GERADO EM: 29/08/2024 - 03:31
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Juliana Rojas não investe numa oposição esquemática entre cidade e campo nas duas histórias que apresenta. Na que abre o filme,Joana (Fernanda Vianna),após o rompimento de uma barragem,é obrigada a trocar o elo com a natureza,até então determinante no seu cotidiano,pelo brutal meio urbano,onde os menos favorecidos precisam “trabalhar só para existir”. Ela compara a infância lúdica do seu tempo com a atual,dominada pela tecnologia,e se refugia no quintal da casa da irmã,Tânia (Andrea Marquee),espaço que simboliza um fragmento da vida que perdeu. Mas nem tudo é terrível na metrópole. A solidariedade entre as mulheres oprimidas chama atenção. E as pessoas,mesmo sem se conhecerem,estabelecem conexões através do canto e do olhar.
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A história que vem a seguir começa com a chegada do casal formado por Flávia (Mirella Façanha) e Mara (Bruna Linzmeyer) à propriedade do pai da primeira. Há,de início,uma valorização do dia a dia no campo,voltado para o permanente vínculo com a terra e os animais. Não demora muito,porém,para o público notar que a região é árida e ameaçadora.
Nesse ambiente desestabilizador,as personagens se lançam numa experiência de ampliação dos canais de percepção. Não se trata de uma jornada sobrenatural,e sim de uma viagem interna que leva ao contato com fantasmas familiares. Essas presenças/ausências,aliás,marcam os dois instigantes segmentos centrados em mulheres em intenso momento de mudança. O resultado foi contemplado no último Festival de Gramado com os Kikitos de atriz (Fernanda) e Júri da Crítica.
Bonequinho aplaude.