"A Infraestruturas de Portugal informa que,na sequência da conclusão da empreitada de Reabilitação Integral de Via do trecho entre Espinho e Vila Nova de Gaia,já se encontram ao serviço todos os desnivelamentos construídos no âmbito daquela obra",pode ler-se num comunicado emitido hoje pela IP.
Na semana passada,eram ainda visíveis trabalhos de acabamentos na estação da Granja e no apeadeiro da Aguda,marcados pela polémica das passagens superiores pedonais ali instaladas. Na Granja faltava colocar parte da cobertura do antigo edifício da estação.
Havia também alguns trabalhos por realizar no que diz respeito à sinalética. Se em apeadeiros como Francelos o passageiro chega às plataformas e tem indicação do sentido dos comboios,o mesmo ainda não acontece na estação de Valadares ou no apeadeiro da Madalena.
Na Madalena,cuja intervenção também chegou a causar alguma polémica devido à demolição de um mirante do século XIX,que acabou por ser desmontado,junto à agora passagem superior pedonal está um terreno vedado.
A Lusa questionou a IP se o terreno será destinado à remontagem do mirante (a cargo da Câmara de Gaia) e instalação de sinalética,mas não obteve resposta.
Fonte da Câmara de Gaia disse que "o processo negocial conjunto da Infraestruturas de Portugal e da Câmara Municipal de Gaia (conjunto por envolver vários pontos,como Madalena,Miramar,Aguda,entre outros) está em curso e deverá estar concluído logo depois do fim da obra ferroviária,o que está a acontecer".
Entretanto,a IP disse à Lusa que o concurso para o estudo de passagens inferiores na Aguda e Granja ficou deserto e irá lançar um novo,"ajustando o procedimento de modo a estimular o interesse do mercado".
Na sequência de um protocolo de 2022 celebrado após protestos das populações contra as passagens superiores instaladas,em que as estruturas foram apelidadas de "mamarracho","escarro arquitetónico" ou "muro de Berlim" pela população,a IP pôs a concurso estudo para as passagens inferiores por 50 mil euros,que ficou então deserto.
Os elevadores instalados têm sofrido avarias e as populações locais queixam-se de dificuldades na mobilidade devido às novas infraestruturas.
As obras na Linha do Norte entre Espinho e Vila Nova de Gaia,orçadas inicialmente em 55 milhões de euros,podem ficar cerca de 20 milhões de euros mais caras que o inicialmente previsto,segundo as revisões contratuais feitas.
Inicialmente,aquando do lançamento do programa Ferrovia 2020,em 2016,estava previsto que as obras de requalificação decorressem entre 2017 e 2019,mas só terminaram agora,após se iniciarem em julho de 2020.
A intervenção entre as estações de Espinho e Vila Nova de Gaia (Devesas) envolveu a substituição integral da superestrutura da via,a alteração dos 'layout' das estações de Granja e Gaia,a implantação de duas novas diagonais de contravia entre Miramar e Francelos,ou a implantação de duas vias de resguardo,com 750 metros de comprimento útil,para resguardo de comboios de mercadorias,a norte do apeadeiro de Francelos.
Houve também lugar à substituição de passagens de nível por passagens desniveladas (inferiores e superiores,para peões e automóveis),bem como a beneficiação das plataformas de passageiros.
Em causa estão as estações de Gaia,Granja e Valadares e os apeadeiros de Aguda,Francelos,Madalena e Coimbrões.
Foi também já instalado e colocado em serviço o sistema de sinalização eletrónica entre Esmoriz e Gaia e sua integração no Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto,o sistema de controlo automático de velocidade e os sistemas de telecomunicações.