Eleitores votam em zona eleitoral no pleito de 2022 — Foto: Custódio Coimbra
GERADO EM: 05/09/2024 - 03:31
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As últimas pesquisas Quaest para as eleições nas capitais indicam que ainda é significativa,na largada da maioria das disputas,a parcela de eleitores sem o nome de um candidato na ponta da língua,quando são questionados sobre em quem pretendem votar na chamada pesquisa espontânea — modalidade em que não é apresentada a lista de concorrentes aos entrevistados. Os maiores índices de indecisos aparecem,numericamente,nas eleições de Curitiba (81%),Belo Horizonte (73%) e Belém (72%),em um comparativo feito pelo GLOBO com 24 cidades com levantamentos divulgados.
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Essas capitais têm em comum disputas pelo posto com grande número de candidatos,a ausência de um nome que desponte como favorito e um cenário embolado com empates técnicos na margem de erro. Em seguida,aparecem também com altos índices de indecisos,superiores a 70%,as cidades de Fortaleza,Campo Grande,Porto Velho e Goiânia.
Percentual de indecisos nas capitais
Capital Indecisos na espontânea (%) Curitiba 81 Belo Horizonte 73 Belém 72 Fortaleza 71 Campo Grande 71 Porto Velho 71 Goiânia 71 Porto Alegre 67 Aracaju 66 Rio de Janeiro 65 Florianópolis 65 Cuiabá 64 Natal 63 Salvador 63 Manaus 62 São Paulo 59 Maceió 58 João Pessoa 57 Vitória 54 Teresina 52 Boa Vista 49 Rio Branco 45 Recife 38 Macapá 30
Fonte: Quaest
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Em Belo Horizonte,o prefeito Fuad Noman (PSD) é candidato à reeleição,mas enfrenta o desconhecimento por parte de 41% do eleitorado. Ele caiu de paraquedas na gestão em março de 2022,quando seu antecessor,Alexandre Kalil,deixou o cargo para concorrer ao governo do estado. Na disputa,Fuad aparece empatado tecnicamente,em segundo lugar,com outros quatro candidatos. Quem lidera a corrida de Belo Horizonte é o deputado estadual e apresentador licenciado de TV Mauro Tramonte,que soma 30% das intenções de voto.
Na avaliação da cientista política Mayra Goulart,da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),o alto número de indecisos na capital mineira pode ser explicado justamente pelo fato de o prefeito Fuad Noman ser desconhecido por parte do eleitorado. Também pesa contra o gestor a recente ruptura com Alexandre Kalil,que escolheu apoiar Tramonte.
— O prefeito sempre é o candidato preferido por ser usualmente conhecido pela população e pela característica das eleições municipais serem marcadas por uma mobilização menor que a nacional. Mas quando o prefeito não está na disputa ou tem uma racha em seu grupo,a tendência é que aumente o número de indecisos — diz Mayra Goulart.
Na capital paranaense,o prefeito Rafael Greca (PSD) é bem avaliado por 65% dos eleitores e apoia seu vice e correligionário,Eduardo Pimentel. Numericamente,o candidato do PSD é quem lidera a disputa,com 19% das intenções de voto. Pimentel,contudo,está empatado na margem de erro,de três pontos,com outros três nomes,que pontuam entre 18% e 14%. A expectativa na campanha de Pimentel é que a boa avaliação de Greca reflita em votos para seu sucessor. Pimentel também é apoiado pelo governador Ratinho Júnior (PSD),bem avaliado por 64% dos eleitores da capital paranaense.
Em Belém,o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL),que tenta reeleição,tem alto índice de reprovação. A última pesquisa Quaest mostra o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL),com 23% das intenções de voto,empatado tecnicamente com Igor Normando (MDB),candidato do governador Helder Barbalho (MDB),que soma 21%. Já o atual chefe do Executivo municipal aparece com 15%.
Em contrapartida,as capitais com o menor número de eleitores indecisos pelo país são Macapá e Recife,que têm em comum a boa avaliação e favoritismo de seus prefeitos,candidatos à reeleição. Na capital do Amapá,os indecisos somam 30%. Na pesquisa estimulada,Doutor Furlan (MDB) atinge 91% das intenções de voto. A liderança se justifica pela alta aprovação da gestão do emedebista,que é positiva para 96% dos entrevistados.
Cenário similar é observado na tentativa de reeleição do prefeito João Campos (PSB) em Recife,onde 38% se dizem indecisos na pesquisa espontânea. Campos tem 80% das intenções de voto,segundo a Quaest,e cumpre um mandato bem avaliado por 70% dos eleitores.