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Legado da Cop30: Belém (PA) terá novos parques, centros culturais, reformas de mercados históricos e melhorias de serviços básicos

2024-09-05     HaiPress

Ilustração mostra como vai ficar o Parque da Cidade,principal legado da COP30,com muita área de paisagismo,espaço gastronômico,núcleo de produção criativa e outras atrações distribuídas numa área de 50 hectares em Belém — Foto: Divulgação / Governo do Pará

RESUMO

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GERADO EM: 05/09/2024 - 04:31

COP30 em Belém: Legado e Controvérsias

A COP30 deixará legado em Belém com novos parques e melhorias,mas gera polêmica com obras controversas. O evento visa discutir soluções para as mudanças climáticas,com destaque para investimentos em infraestrutura e criação do Museu das Amazônias. Prioriza-se a preservação ambiental e a valorização dos saberes locais.

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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) vai transformar Belém no centro das discussões sobre o futuro do planeta. O evento ocorre em novembro de 2025,mas as obras do legado que o encontro vai deixar para a capital do Pará já estão em andamento. Entre as principais novidades estão o Parque da Cidade e o Porto Futuro II,dois grandes espaços públicos voltados para lazer,qualidade de vida e produção criativa. Mas a cidade amazônica também vai receber melhorias em áreas como mobilidade e saneamento.

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A COP deve reunir representantes de 198 territórios,entre eles chefes de Estado,líderes do setor privado,ativistas e jornalistas. Os debates girarão em torno de soluções e acordos para frear as alterações do clima que já castigam diversas partes do planeta,como a Floresta Amazônica que enfrenta,pelo segundo ano consecutivo,uma seca severa.

Ainda no passado,o governo do Pará anunciou,com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),um pacote de R$ 3,2 bilhões para investimentos em 52 projetos.

O Parque da Cidade,que sediará boa parte da programação da COP30,terá área paisagística de 50 hectares e previsão de mais de 500 mil metros quadrados de obras construídas. Situado no terreno do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio,o espaço abrigará um centro de economia criativa e um espaço gastronômico,além de cinema,estúdio de gravação musical,mercado de produtos regionais,biblioteca,fonoteca e até uma torre de contemplação.

Uma das áreas de paisagismo do Parque da Cidade,que está sendo construído no terreno do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio — Foto: Divulgação / Governo do Pará

Referência da cidade,o Mercado de São Brás,prédio neoclássico inaugurado em 1911,no auge do Ciclo da Borracha,será repaginado. Além de um mercado,o local vai ser transformado em um complexo com áreas para feiras,restaurantes e ambientes para negócios.

Um marco em Belém

Vale destacar a reforma do complexo Ver-O-Peso,maior feira a céu aberto da América Latina,com 400 anos de história,e a construção do Parque Urbano São Joaquim,com 5km de extensão,entre a Avenida Júlio César e a Baía do Guajará. A criação do parque,que atravessará quatro bairros,motivará obras de urbanização,esgoto,drenagem pluvial,abastecimento de água e mobilidade urbana.

Segundo a secretária de Cultura do Pará,Úrsula Vidal,a COP30 será um marco na História da cidade:

— O volume de investimentos em infraestrutura,os programas de formação profissional e o incremento da rede hoteleira reposicionarão Belém no cenário das transformações pelas quais precisamos passar para que o planeta não viva um colapso climático.

A capital paraense tem outros projetos em curso,desde a abertura de vias e dragagem de canais até novos padrões de coleta de resíduos. Algumas novidades,porém,geram polêmicas por se chocarem com a própria pauta da COP. Entre as controvérsias está a a construção da Avenida Liberdade (PA-020),via expressa de mais de 13 quilômetros,a um quilômetro da comunidade quilombola Abacatal,na Região Metropolitana de Belém.

Desenho mostra como deve ficar interior de um galpão no Porto Futuro II — Foto: Divulgação / Governo do Pará

Para a arquiteta Roberta Rodrigues,diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (FAU/UFPA),os ganhos com a chegada de um evento como a COP30 são evidentes,mas é preciso limites.

— A Avenida Liberdade corta uma área enorme de proteção ambiental. É bastante contraditório com todo o discurso da COP e não vai resolver a questão do trânsito na cidade.

A quantidade de leitos em Belém para a COP tem sido um desafio. Em junho,o governo estadual celebrou acordo com o grupo português Vila Galé para a construção de um hotel de alto padrão,em uma área do Porto Futuro II,cedida pelos próximos 30 anos em troca de parte do faturamento. E está em estudo a implementação,também no porto,de espaços de hospedagens que,após a COP,seriam usados pela administração estadual.

O Porto Futuro II se integrará ao complexo turístico da Estação das Docas,às margens da Baía do Guajará,a partir da revitalização de sete galpões da Companhia das Docas do Pará. O local terá 50 mil metros quadrados,com áreas de lazer,centros de produção de artesanato,espaço para oficinas de criação,núcleo gastronômico e atrações como o Museu das Amazônias.

Grande museu de saberes amazônicos

A Amazônia não é uma apenas,mas várias. O bioma que ocupa quase metade do território brasileiro se estende por outros oito países da América do Sul. Nesse universo,há um sem-número de culturas que se desenvolveram em comunhão com o ambiente. É em nome dessa riqueza que será criado o Museu das Amazônias,atração principal do Porto Futuro II,um dos grandes legados da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,a COP30,em Belém.

No último dia 11 de agosto,o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) anunciou,em coletiva de imprensa na sede do BNDES,a concessão de US$ 800 mil (aproximadamente R$ 4,2 milhões) para a criação do museu,que será implementado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) — organização pernambucana sem fins lucrativos responsável pela gestão de centros culturais como o Museu do Amanhã,no Rio —,em parceria com o Museu Paraense Emilio Goeldi.

Com quatro eixos temáticos (Amazônia Milenar,Amazônia Secular,Amazônia Degradada e Amazônias Possíveis),a proposta é contemplar a perspectiva dos povos amazônicos em todos os países onde o bioma está presente. São eles: Brasil,Bolívia,Colômbia,Equador,Guiana,Guiana Francesa,Peru,Suriname e Venezuela.

Os visitantes serão apresentados a saberes ancestrais de indígenas,ribeirinhos,quilombolas,extrativistas,seringueiros,pescadores e outros povos que ocupam a região.

De acordo com o diretor-geral do IDG,Ricardo Piquet,o objetivo é criar um espaço voltado para a população local e não apenas uma obra ligada à COP:

— O museu tem que ser adequado ao dia a dia da cidade. O fluxo de pessoas,a capacidade desse espaço,as preocupações que vão ser trazidas para os debates,em seminários e nas excursões temporárias,serão todas de interesse da região — afirma Piquet. — Podemos trazer muitas histórias para serem contadas e discutidas no ambiente do museu.

Tradição e inovação

Segundo Piquet,o acervo do museu poderá ser físico e digital. Mais relevante é o conceito sugerido,de um espaço altamente interativo para compartilhar com o público conhecimento científico,desenvolvimento tecnológico e saberes tradicionais da Amazônia,sempre defendendo o compromisso com sustentabilidade,biodiversidade e a pluralidade cultural.

O importante,frisa o diretor do IDG,é trazer referências do passado,debater o presente e,obrigatoriamente,por se basear na ciência,projetar futuros possíveis.

Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi,Nilson Gabas Júnior explica que caberá à instituição,primeiro parque zoobotânico do Brasil,em Belém,o papel fundamental de estabelecer parcerias com organizações dos outros países onde a Amazônia também está,promovendo intercâmbio.

— Já estamos identificando parceiros — garante ele.

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