Fábrica Bhering,no Santo Cristo,volta a promover eventos aos sábados — Foto: Guito Moreto
GERADO EM: 05/09/2024 - 03:31
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Rua Orestes 28,Santo Cristo. Foi em 2005,quando recebeu seu primeiro ateliê (do artista plástico Dudu Garcia),que o endereço da antiga Fábrica Bhering entrou para o mapa cultural carioca. Hoje,entre ateliês e galerias,lojas,oficinas,bares e cafés,mais de 90 locatários ocupam o imóvel de 14 mil metros e se preparam para o retorno do animado Circuito Bhering,no sábado (7).
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Fábrica Bhering,em Santo Cristo — Foto: Guito Moreto/Agência O Globo
Criado em 2012,o evento movimentava o prédio todo primeiro sábado de cada mês com foodtrucks no pátio externo e música no terraço,chegando a juntar duas mil pessoas e transformando o local em “point”. Saiu de cena em 2020,com a pandemia. A volta,esta semana,das 10h às 20h,será em novo formato,que busca atrair um público “família”.
Se antes o Circuito Bhering era conhecido pelo clima de festa,o foco agora é outro: a arte. Ele segue pelos primeiros sábados de cada mês,mas com planos de ir aumentando gradualmente a frequência a partir de novembro.
No prédio do final do século XIX,tombado em 2012 pela prefeitura,as vigas e antigos maquinários espalhados pelos andares dão o clima industrial,que fica ainda mais charmoso no contraste com os espaços de arte com pegada “cool” e moderna. A ideia é abrir as portas dos ateliês,galerias e lojas e,ao mostrar os processos de trabalho dos artistas,fazer com que o visitante se aproxime da arte.
Artistas e empresários que trabalham na Fábrica Bhering,em Santo Cristo,no Rio de Janeiro. Eles retomam o famoso "circuito interno",mas com mudanças — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
— Queremos que o bairro (Santo Cristo) seja reconhecido pela sua diversidade cultural — afirma Ruy Barreto Filho,atual diretor da Fábrica e cuja família está à frente do local desde 1974. — A Bhering é um lugar de trabalho,não de festas. Os artistas trabalham aqui.
O entorno da fábrica,que já tem uma vida noturna agitada — ao pé do Morro do Pinto,a Bhering fica a 400 metros do animado Bar do Omar e também perto do Bar do Molejão e do Capiberibe —,ganha agora força diurna.
O movimento no prédio,já naturalmente maior aos sábados,quando a roda de samba comandada por Enzo Belmonte ocupa o pátio externo nos fundos,vai ficar ainda maior — desta vez sem a roda,mas com o show da cantora Luz Fogaça,que vai do chorinho à MPB,às 17h. É programa para o dia inteiro.
Na frente do De Rose Café & Bistrô (que terá oficina de grafismo indígena),Rogério Botelho comanda o Espaço Abstrato,com pintura em metal. No segundo andar,a francesa Annabelle Smith Bigno faz demonstrações com a técnica “texture e flow” em telas. Também é dia de novidade na Galeria Cau,que inaugura a exposição “Maison CAJU”.
Quer ser retratado em um desenho? Pois vá ao Garatuja Studio,no terceiro andar. Um pouco mais para cima,no quinto andar,Adriana Nataloni propõe guiar o público por uma “experiência contemporânea”. No Ateliê Lúcio Volpini,o artista contará com a ajuda dos visitantes para,juntos,completarem suas obras (que são feitas com tinta 3D).
Também há confecções de portas abertas,como B.Craftsman,que fará demonstração da feitura de acessórios de couro,e a Cris Barreto Joias,que ao longo do dia vai fazer demonstração do processo de acabamento das joias.
Na área externa,serão montadas barraquinhas de estabelecimentos locais. Entre os participantes,Mix Natura,de alimentação saudável,De Rose,com lanches,tortas e doces,a confeitaria vegana Conflor,e a cafeteria Tábikòki. No segundo andar,fica o Ricardo Freitas Ateliê Gastronômico,mistura de restaurante com galeria de arte,e a Maré Chocolate. E,na área externa,tem a fábrica-loja de cervejas artesanais Cevaderia,com direito a mesa de pingue-pongue.
No terraço,onde funcionam o Studio Norma Corrêa,o Céramo,o Atelier do Terraço e o Atelier Galeria FFAC,a vista para a Zona Portuária é um programa em si. A ideia é,para as próximas edições,também ter um DJ ou um saxofonista lá em cima.
O "Circuito Bhering" está de volta — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
A poucos passos da Neri Modas,no terceiro andar do prédio,a Livraria da Fábrica vai receber Julia Grillo para contar histórias (às 15h). A atividade,chamada “Num tempo que não era tempo — Histórias da tradição oral”,não tem nenhum pré-requisito de idade,então é válida para todos. É só chegar.