Fontes ligadas ao negócio adiantaram à agência Associated Press (AP) que o bilionário Paul Marshall,que já é o coproprietário do canal GB News do Reino Unido,lançado há três anos como uma alternativa de inclinação de direita,está envolvido no negócio de 100 milhões de libras (cerca de 118 milhões de euros).
A aquisição do The Spectator surgiu depois de o Governo do Reino Unido ter bloqueado um consórcio apoiado pelos Emirados Árabes Unidos de comprar o Telegraph Media Group,que detém os jornais Daily Telegraph e o Sunday Telegraph e o The Spectator.
As publicações estão intimamente aliadas ao Partido Conservador da Grã-Bretanha.
O grupo de 'media',anteriormente propriedade da família Barclay,foi colocado à venda para ajudar a pagar as dívidas da família.
Foi bloqueado um acordo para vender o grupo à RedBird IMI,um consórcio apoiado pela empresa financeira dos EUA RedBird Capital Partners e Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan,membro da família real de Abu Dhabi e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos. O grupo é gerido pelo ex-chefe da CNN,Jeff Zucker.
O consórcio retirou-se em março após uma forte oposição do Governo do Reino Unido,citando preocupações sobre o impacto na liberdade de expressão e na apresentação precisa das notícias.
As autoridades governamentais lançaram legislação para bloquear a propriedade estrangeira de jornais e revistas britânicas.
Marshall,que também é proprietário do 'site' de opinião conservador Unherd,realçou que é um "leitor de longo prazo do Spectator" e que ficou encantado com a aquisição através do seu grupo de 'media',o Old Queen Street (OQS).
"O plano é que o OQS faça um bom prévio subinvestimento num dos grandes títulos do mundo",destacou ainda.
Acredita-se que o Spectator,fundado em 1828,em Londres,seja a revista de atualidade mais antiga do mundo.
Entre os editores anteriores estão Boris Johnson (1999-2005),que se tornou primeiro-ministro do Reino Unido de 2019 a 2022.
O presidente da revista,Andrew Neil,revelou que apresentou a demissão do cargo após a confirmação da aquisição na terça-feira.
Neil,um jornalista político veterano,sublinhou numa carta de despedida aos trabalhadores que se arrependeu de não ter encontrado "uma nova casa que garanta cuidar da essência única do The Spectator".
Os jornais do grupo Telegraph continuam à venda.