"Quanto mais singrarmos internacionalmente,mais capacidade haverá para ter ambição. Quanto mais talento atrairmos,mais capacidade vamos ter na obtenção de resultados. O futebol arrasta áreas de desenvolvimento de competências da economia,tais como as infraestruturas,o turismo,o comércio,o merchandising,os serviços ou as tecnologias",caracterizou.
A influência da modalidade no progresso económico do país foi abordada pelo governante na abertura do terceiro e último dia da cimeira Thinking Football,que tem promovido debates com oradores nacionais e internacionais desde quinta-feira,no Pavilhão Rosa Mota,no Porto,sob organização da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
"Quando a indústria do futebol e do desporto em geral está bem,isso alimenta e lubrifica a economia portuguesa. Por outro lado,à medida que a economia avança e vai municiando diversos setores para se tornarem mais fortes,capitalizados,dinâmicos e inovadores,gera um impacto positivo no mundo do futebol. Estamos umbilicalmente ligados e virtuosamente ligados. É bom que assim seja",admitiu.
Convicto de que o futebol "pode posicionar bem Portugal como destino de turismo ou de investimento",Pedro Reis enalteceu as receitas geradas pela modalidade em direitos audiovisuais,merchandising,patrocínios ou transferências,sinal de "uma economia a mexer".
"Temos de propor crescimento económico,que se faz pelo investimento privado atraído no estrangeiro. A internacionalização é o desafio último da economia portuguesa. Depois,há um desafio de escala. A escala não tem hoje de ser só pela dimensão do país e da economia,até porque é feita em rede na economia global. Eu acho que o melhor que posso fazer como ministro da Economia é ir lá fora captar investimento para Portugal",sustentou.
O governante apelou ainda à capacidade de "pensar diferente numa Europa envelhecida",admitindo que o país "tem de ser mais focado na execução de resultados",mesmo que "não consiga passar muitas vezes da investigação e desenvolvimento para a inovação nas empresas".
"Isto tudo tem uma chave,que incide no talento e nas pessoas. Precisamos de mais gente nova,que venha com perspetivas de crescimento e desenvolvimento em Portugal,mas que o faça por opção,não por obrigação",considerou,ilustrando o avançado e capitão da seleção nacional Cristiano Ronaldo como um dos "grandes embaixadores lusos nascidos no futebol".
Antes de ser nomeado ministro da Economia do XXIV Governo Constitucional,Pedro Reis liderou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP),entre 2011 e 2014,ocupando posições de destaque em instituições financeiras e de consultoria.
"O próximo ano pode ser interessante para a economia portuguesa na captação de investimento. Em relação ao futebol português,que continue com os resultados e sucessos que tem e com profissionalização,dinâmica e ambição,porque está mesmo a ajudar a economia. Aliás,isso não é um desejo,é um agradecimento",endereçou.
O ministro da Economia indicou os Estados Unidos como um dos mercados preferenciais na atração de capital,tal como Alemanha,França e Reino Unido na Europa,Coreia do Sul e Japão na Ásia oriental,e os seis estados integrados no Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) - Arábia Saudita,Bahrain,Emirados Árabes Unidos,Kuwait,Omã e Qatar.
"Temos uma carga fiscal excessiva,que estrangula e asfixia a economia e as famílias. Só há um caminho,que é a sua redução transversal. A fiscalidade é um dos navios almirantes da captação de investimento. Fico perplexo que tenhamos de advogar porque é que é preciso baixar o IRS? Devíamos estar a discutir o quanto é preciso baixá-lo e em que ritmo",terminou.