Segundo uma nota de imprensa do executivo açoriano,Bolieiro participou na sexta-feira como orador convidado nas comemorações dos 30 anos da Academia do Bacalhau de São Miguel,em Ponta Delgada,onde abordou a "geocentralidade e a grandiosidade dos Açores",destacando "a vasta dimensão do território,que se estende aos domínios marítimo e espacial".
Na sua intervenção,o líder do executivo regional referiu que os Açores "possuem um potencial ímpar",que deve ser aproveitado para "transformar a região de necessidades" numa "região de oportunidades".
Bolieiro rejeitou a ideia de que os Açores "sejam periféricos e pequenos,defendendo que,pelo contrário,são uma terra de grande potencial".
Para alcançar essa transformação,adianta a nota,o governante "destacou a importância de trabalhar com parceiros ligados à ciência,à tecnologia e ao conhecimento,pilares essenciais para um desenvolvimento sustentável e inovador".
Na sua opinião,a perspetiva dos Açores como uma região de oportunidades "está fortemente relacionada com as novas economias",como a economia azul (focada no mar e nos recursos marítimos),a economia espacial (aproveita a localização estratégica dos Açores no contexto das tecnologias espaciais) e a economia verde (centrada na sustentabilidade e nas energias renováveis).
"Estas novas áreas de desenvolvimento são vistas como essenciais para o futuro da região,contribuindo para o seu crescimento económico e para a afirmação dos Açores como um território central e dinâmico no mundo global",afirmou.
Na palestra,o social-democrata que lidera o executivo regional de coligação também abordou os três períodos históricos da democracia autonómica dos Açores: a progressiva (marcada pelo início do processo de conquista dos direitos autonómicos),a cooperativa (caracterizada pela colaboração entre as instituições regionais e nacionais) e a de responsabilização (uma democracia de cidadania,cada vez mais plural e participada,inaugurada sob a sua liderança).
Sublinhou que a sua governação,iniciada em novembro de 2020,deu início a uma nova era "marcada por uma maior responsabilização das autoridades regionais,com enfoque na prestação de contas e na transparência" e explicou as duas atitudes estratégicas que o Governo dos Açores tem adotado: "a exigência de diálogo e a concertação".
Aliás,segundo a nota,o governante salientou que foi graças a esta postura que "ficou resolvida a ameaça de uma greve paralisante na SATA,que seria gravosa para a própria empresa".
A greve de um mês dos trabalhadores da SATA,que começava na sexta-feira,foi desconvocada depois de o grupo ter chegado a acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação (SITAVA).
"Agradeço,enalteço e reconheço o excelente trabalho de diálogo e concertação que permitiu evitar uma greve e pôr em risco,a arriscada vida,de um grupo empresarial do setor público empresarial dos Açores,como é o grupo SATA",enalteceu José Manuel Bolieiro.
E rematou: "Valorizo este ciclo,que cada vez está mais frutuoso,do diálogo,da concertação,do entendimento e da responsabilização".