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Previsões do CFP mostram que é possível "equilíbrio orçamental virtuoso"

2024-09-20     HaiPress

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros,António Leitão Amaro foi questionado sobre as previsões do CFP que alerta que a medida do IRS Jovem proposta pelo Governo teria um impacto de 0,3 pontos percentuais no PIB,de 2025 a 2028,"implicando o regresso a uma situação de défice em 2026".

 

No cenário publicado hoje,o CFP revê em alta o saldo orçamental para 2024 (0,7% do PIB) e mantém para os anos de 2025 a 2028 a perspetiva de excedentes orçamentais (0,4% do PIB no final do horizonte),"mas de menor dimensão do que o projetado em abril,em consequência do impacto das medidas entretanto aprovadas".

O ministro Leitão Amaro defendeu que as previsões deste organismo revelam que "algo muito relevante está a acontecer no país no domínio das finanças públicas".

"Depois de um período de excedentes asfixiantes,realizados e conseguidos à custa de aumento de impostos,de carga fiscal,de supressão histórica do investimento público e de guerra com vários setores da administração pública,hoje vivemos um novo modelo,uma nova estratégia de um equilíbrio virtuoso",defendeu.

Para o ministro,os números do CFP demonstram que é possível ter equilíbrio orçamental "baixando impostos,tendo investimento público acelerado,reforçando e valorizando carreiras estratégicas que tinham sido maltratadas".

Em concreto sobre a medida do IRS jovem,o ministro da Presidência realçou que o caso de 2026,em que se prevê que esta medida possa causar défice nas contas públicas,tem uma explicação.

"Se não contássemos o efeito especial naquele ano do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),havia excedente orçamental,mesmo com o IRS Jovem,de 0,6%",considerou.

Segundo Leitão Amaro,no ano de 2026,por o dinheiro do PRR vir "não como subsídio,mas como empréstimo,conta para o défice na despesa,mas como ele é emprestado e não uma transferência,não conta para o cálculo do défice ou do saldo,como receita",dizendo tratar-se de "uma receita não efetiva".

"E portanto,não conta. Conta para a dívida,não conta para o saldo. Logo,aquilo que marca o ano de 2026 - e nós temos dito isto abundantemente no diálogo com os partidos - é porque o PRR tem um efeito extraordinariamente diferente",disse.

O ministro disse compreender "quem não esteja confortável" com o desagravamento fiscal proposto pelo Governo para os jovens até aos 35 anos,mas reiterou que "essa é uma prioridade importante para o governo".

"Todas as avaliações que nós conhecemos dizem-nos hoje que,afinal,é possível haver equilíbrio orçamental virtuoso (...) Afinal,havia uma alternativa na gestão das contas públicas. Afinal,chegou um tempo de um equilíbrio orçamental virtuoso,saudou,em resumo.

A proposta do Governo prevê uma redução para um terço das taxas de IRS atualmente em vigor,até um máximo de 15%,para os rendimentos de trabalho de pessoas até aos 35 anos -- para quem aufira rendimentos coletáveis até ao 8.º escalão,ou seja,81.199 euros anuais.

O Governo,que enviou a proposta de autorização legislativa para a Assembleia da República,que ainda terá de ser votada,estima que o IRS Jovem tenha um impacto na receita fiscal de 1.000 milhões de euros no horizonte da legislatura.

O CFP vem agora alertar para o impacto desta medida,cuja aprovação é ainda incerta,já que o PS discorda da formulação e tem estado também em causa nas discussões do Orçamento do Estado para 2025.

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