Vestidos- escultura,traço do legado Alaïa,ganha volumes do sportswear — Foto: Getty Images
GERADO EM: 21/09/2024 - 05:00
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A chegada da Alaïa à New York Fashion Week foi o maior acontecimento da semana de moda americana da última década. A grife,que tem o belga Pieter Mulier no papel de diretor criativo,disse au revoir Paris e cruzou o Atlântico. A apresentação emocionante,entre as curvas orgânicas do Museu Guggenheim,revelou ao mundo o amor de seu fundador,o tunisiano Azzedine Alaïa (1935-2017),pela América. “Mulier revisita,como nenhum outro estilista,a essência Alaïa,sensual por natureza. Acrescenta ao mix um novo olhar,brincando com o contraponto dos volumes com corpos nus,bandeau,inflados e calças espaçosas à la Halston”,explica o stylist Dudu Bertholini. O designer,por sinal,foi um dos estilistas favoritos de Alaïa,continua ele. “E o primeiro a propor este minimalismo sexy do qual Mulier também parece ser fã.”
Outro destaque foi a brasileira PatBo,de Patricia Bonaldi,que finca definitivamente os pés em terras estrangeiras. “Os bordados da marca se tornaram tão mineiros quanto internacionais. É aquela história: ser local para ser global”,diz Manu Carvalho,stylist e consultora de estilo. A exemplo de muitas marcas participantes do evento,Bonaldi também aposta no streaming e disponibiliza os looks desfilados para venda,em tempo real,a partir de um clique.
Mas teve muito mais. A moda genderless da Luar,os poás de todas as proporções de Carolina Herrera,a chegada da Off-White ao evento e o show nos Hamptons de Ralph Lauren. São 84 anos de vida,57 de moda e uma capacidade impressionante de renovar a alfaiataria.
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Alaïa
Desde seu último inverno,desfilado ainda em Paris,Pieter Mulier vem dando o que falar. Em sua estreia em Nova York,desta vez,foi ovacionado pela plateia. Seus vestidos,que pareciam escalar o corpo feminino,ganharam movimento com saias volumosas e acabamento balonê. Um exercício de moulage levado mais do que a sério. O mesmo se pode dizer das capas com capuz,que combinaram o talento nato de Mulier com o sportswear,ao mesmo tempo em que recuperaram criações do acervo original da grife,criada ainda nos anos 1970 pelo estilista Azzedine Alaïa.
Ovestido da Alaïa,ganharam movimento com saias volumosas e acabamento balonê — Foto: Getty Images
Off-White
A Off-White de Ibrahim Kamara também disse adeus a Paris. Chegou a Nova York numa passarela montada à beira da Brooklin Bridge. A coleção,batizada de Duty Free,celebrou a globalização. E isso é traduzido em looks que remetem aos uniformes urbanos,com um toque feminino. A cintura surgiu sempre à mostra,entre recortes ou delineada por espartilhos. A ideia de deixá-la em destaque foi quase uma unanimidade entre as propostas da estação.
A cintura,na Off-White,surgiu sempre à mostra,entre recortes ou delineada por espartilhos — Foto: Divulgação
Ralph Lauren
Num desfile elegantérrimo nos Hamptons — e com direito a Christy Turlington na passarela — a inconfundível moda de Ralph Lauren foi além do esperado. A coleção brincou com o preppy e o tão desejado new boho. Mas é na alfaiataria que se vê a potente moda de Ralph,hoje com 84 anos. Seus paletós de smoking surgiram cropped; já os vestidos chemisiers,longos e espaçosos. Os blazers ganharam botões assimétricos e poder,tornando-se desejos absolutos.
A inconfundível moda de Ralph Lauren foi além do esperado — Foto: Divulgação
Luar
Beyoncé veio em fevereiro,mas neste setembro,foi Madonna a convidada do desfile da Luar,de Raul Lopez. O estilista,de origem caribenha,é hoje um dos mais esperados da NYFW. Sua moda genderless é sempre apresentada em um casting inclusivo. Nesta coleção,mesclou elementos da realeza,como capas e corsets,a peças streetwear,muitas delas oversized.
O estilista Raul Lopez,é hoje um dos mais esperados da NYFW — Foto: Getty Images
PatBo
Única brasileira na NYFW,Patricia Bonaldi não desapontou. Sua coleção,intitulada “Ethereal”,teve entre os destaques lindas peças de efeito tridimensional,além de um jeans irresistível e requintado. Peças balonê,aposta de muitos estilistas nesta estação,são suas novas manias. Além da compra em live shop,com todos os looks colocados à venda na hora do show e a um clique de distância. Pura tecnologia.
A coleção da PatBo,intitulada 'Ethereal',teve entre os destaques lindas peças de efeito tridimensional — Foto: Divulgação
Carolina Herrera
Com direção criativa de Wes Gordon,a nova coleção de Carolina Herrera também foi apresentada em um dos cartões-postais da cidade. Desta vez na Liberty Street,no coração de Wall Street,polo financeiro mundial. O desfile,um dos mais elegantes da semana,chegou com vestidos de baile,sereia e tubinhos longos de malha requintados. Um verdadeiro espetáculo de moda,em que forma e silhueta foram levados à última potência. Em evidência,a predileção de Gordon por prints clássicos,como os poás,e cartela de cores idem. “Quis apostar em ativos arquitetônicos clean,mas ainda assim superfemininos”,explicou no backstage.
Vestidos elegantes e prints clássicos fazem o verão da Carolina Herrera — Foto: Getty Images