Juan Román Riquelme é presidente do Boca Juniors — Foto: Instagram
GERADO EM: 24/09/2024 - 04:01
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O estopim foi aceso em Belo Horizonte,mas a bomba explodiu em La Bombonera,após a derrota por 1 a 0 para o River que alterou o ânimo de todo o universo Boca Juniors. Jogadores,comissão técnica e dirigentes foram criticados pelo desempenho do time no clássico. No entanto,a maior parte das alfinetadas foi dirigida a um único e principal destinatário: Juan Román Riquelme,o ídolo imaculado que decidiu descer do pedestal para afundar os pés na lama da política e que agora está passando pelo seu pior momento como a mais alta autoridade do clube.
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Riquelme foi o presidente com mais votos na história do Boca: 30.318 sócios depositaram a sua confiança na maior referência do futebol do clube. Hoje,muitos dos torcedores se sentem desiludidos. Embora já tivesse recebido críticas após a eliminação do time nas oitavas de final da Copa Sul-Americana,segundo torneio continental mais importante do continente,o revés em casa contra os reservas dos "millonarios" desencadeou uma onda inédita de questionamentos.
O próprio presidente argentino,Javier Milei,e o ex-presidente argentino e torcedor do Boca Mauricio Macri atacaram duramente a figura do antigo ídolo,cujo nível de aceitação diminuiu drasticamente nos últimos meses. Embora não tenha havido insultos ou cânticos ofensivos contra ele,o descontentamento dos torcedores foi fortemente sentido nas redes sociais e em entrevistas de rua nos momentos após o clássico.
Neste domingo,para piorar a situação,Riquelme tomou uma nova medida "impopular": apoiar o treinador Diego Martínez apesar de o próprio ter colocado o cargo à disposição. Martínez foi escolhido por Riquelme,e o presidente preferiu não o demitir,apesar do apelo da torcida. Riquelme ficou muito insatisfeito com o nível do time,mas resolveu deixar a maré baixar e depois analisar outras opções. Após o clássico,as câmeras de TV capturaram seu incômodo. Nem desceu ao vestiário para conversar com os jogadores.
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Nova camisa tem inspiração em trem que passa ao lado do La Bombonera — Foto: Reprodução/Instagram
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Boca Juniors lança novo uniforme para a temporada 2024/35 — Foto: Reprodução/Instagram
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Uniforme tem faixa central clássica na cor amarela — Foto: Reprodução/Instagram
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Camisa será comercializada por R$379,99 — Foto: Reprodução/Instagram
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Na nuca uniforme tem o apelido “Xeneize” — Foto: Reprodução/Instagram
Camisa tem como inspiração trem que passa ao lado do estádio de La Bombonera
As questões sobre a gestão Riquelme não são novas,mas são mais recorrentes. A eleição de treinadores sem grande experiência (Sebastián Battaglia,Hugo Ibarra,Diego Martínez) e a política de reforços (na sua maioria apostas) são os principais motivos da indignação dos torcedores.
No último ano,o Boca embolsou cifras extravagantes devido às saídas de Valentín Barco para o Brighton,Mateo Retegui para o Genova,Aaron Anselmino para o Chelsea,Ezequiel Fernández para o Al Qadsiah e Luca Langoni para o New England Revolution,da MLS. E para enfrentar o segundo semestre contratou Gary Medel,Brian Aguirre (ambos lesionados),Miramón (saiu no intervalo contra o River),Milton Giménez,Juan Barinaga (entrou nos acréscimos),Tomás Belmonte e Agustín Martegani,que nem foram acionados na partida.
A defesa ferrenha do Conselho de Futebol é outra das questões que corroeram a imagem do ex-camisa 10. Principalmente depois que o mesmo Conselho enviou a lista de inscritos para a Copa Sul-Americana com uma hora de atraso e o Boca ficou praticamente sem opções para enfrentar o Independiente del Valle. Além disso,Jorge Bermúdez,Marcelo Delgado e Raúl Cascini são acusados de ocultação e falso testemunho no caso de abuso sexual cometido pelo ex-técnico da seleção feminina Jorge Martínez contra uma funcionária do clube.
Além disso,à crise futebolística do time se soma uma série de irregularidades e promessas não cumpridas que mais uma vez inundaram as redes em meio à revolta pela derrota no clássico. São exemplos os maus-tratos a integrantes vitalícios (muitos ficaram impossibilitados de entrar no estádio); a falta de um projeto sério de ampliação e reforma de La Bombonera; e a entrada de centenas de turistas e celebridades na arena sem cumprir uma única exigência cobrada dos associados.
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Copa Libertadores 2023 - Jogo da final entre Boca Juniors x Fluminense no Maracanã. Jogadores levantam a taça. — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors - John Kennedy comemora o segundo gol do fluminense no jogo. — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O GLOBO
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Cano,autor do primeiro gol,levanta a taça da Libertadores — Foto: Alexandre Cassiano
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Fluminense x Boca Juniors - John Kennedy comemora com a torcida o segundo gol do fluminense no jogo. — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O GLOBO
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Final da Copa Libertadores - Fluminense x Boca Juniors - Torcedores do Fluminense comemoram o título tricolor na Cinelândia. — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Copa Libertadores 2023 - Jogo da final entre Boca Juniors x Fluminense no Maracanã. Cano comemora o primeiro gol do jogo — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors - Marcelo — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Cano abre o placar contra o Boca Junior no Maracanã — Foto: CARL DE SOUZA / AFP
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Fluminense x Boca Juniors - Keno lamenta chance perdida durante o jogo — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors - Torcedores comemoram o primeiro gol do Fluminense na Cinelância. — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Copa Libertadores 2023 - Jogo da final entre Boca Juniors x Fluminense no Maracanã. André — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2023 - FINAL - Fluminense x Boca Juniors,no Estádio do Maracanã. JHON ARIAS — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors,no Estádio do Maracanã,Rio de Janeiro.. Na foto,torcedores do Boca Juniors — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors,torcedores do Fluminense — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Fluminense x Boca Juniors,torcedores do Boca Juniors — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Copa Libertadores 2023 - Jogo da final entre Boca Juniors x Fluminense no Maracanã. — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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Há ainda um problema antigo que levou a um processo judicial que investiga a possível revenda de ingressos com a cumplicidade de Cristian Riquelme (irmão do ídolo) e do secretário do clube,Ricardo Rosica.
"Isso me dói,não posso acreditar o quanto eles transformaram o Boca. E esta situação vai muito além do que acontece em campo",escreveu Mauricio Macri em suas redes junto a um vídeo publicado pelo ex-candidato presidencial da oposição Andrés Ibarra,que também inclui o depoimento de alguns torcedores.
Após o jogo,vários integrantes relataram não conseguir levantar a voz contra Riquelme ou contra os jogadores sem se sentirem intimidados por outros "torcedores". Referências como Sergio Romero,Marcos Rojo e Pol Fernández,todos elogiados e apoiados pelo ídolo do clube,foram os mais criticados após a derrota para o River.
O Boca está há um ano e meio sem títulos e ainda não conseguiu realizar o sonho da Copa Libertadores. Nos últimos tempos,sequer "competiu". Está eliminado da Sul-Americana,longe da liderança da Liga Profissional e fora da zona de classificação para a Libertadores 2025. O Boca não vê o fundo do poço de suas crises e quase todas as críticas apontam contra Riquelme: o gênio que arriscou sua estátua e luta para manter sua idolatria.