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TCE aponta falhas a aplicar quadro de adaptação às alterações climáticas

2024-10-17     HaiPress

Pelo menos oito mil milhões de euros foram destinados às alterações climáticas em 2014-2020,e mais 26 mil milhões em 2021-2027,indica ainda o TCE.

 

O relatório hoje divulgado sobre a adaptação às alterações climáticas na União Europeia (UE) indica que os progressos da adaptação às alterações climáticas são difíceis de medir,salientando que,da amostra de 36 projetos do período de 2014-2020 analisados em quatro Estados-membros,"19 deram uma resposta eficaz aos riscos climáticos,13 tiveram pouco ou nenhum impacto no aumento da capacidade de adaptação e dois podem levar a uma situação de má adaptação".

Em termos percentuais,uma maioria de 53% dos 36 projetos selecionados deu uma resposta eficaz aos riscos climáticos,mas 42% tiveram pouco ou nenhum impacto na capacidade de adaptação ou levaram a situações de má adaptação,não sendo possível tirar conclusões sobre os restantes,por serem recentes.

A auditoria indica ainda que os Estados-membros incluídos na amostra (Áustria,Estónia,França e Polónia) ou tinham subestimado o custo das medidas de adaptação nas suas estratégias e planos,ou tinham omitido totalmente estes custos.

O TCE fez ainda um inquérito a 400 municípios nos países auditados e descobriu que,de um modo geral,não tinham conhecimento das estratégias e dos planos de adaptação climática nem utilizavam os instrumentos de adaptação da UE.

Bruxelas deverá,assim,melhorar a comunicação de informações sobre a adaptação às alterações climáticas,propor instrumentos práticos e simples dirigidos às comunidades locais e ainda propor orientações em matéria de resistência às alterações climáticas no âmbito dos investimentos na agricultura e avaliar a necessidade de novas condições de elegibilidade para medidas silvícolas,a fim de evitar o financiamento de florestas de uma única espécie,entre outras medidas sugeridas.

O objetivo geral do quadro de adaptação da UE é que esta se torne resiliente às alterações climáticas até 2050,complementando o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050,sendo as metas são aplicáveis ao nível da UE e não em cada Estado-membro.

De acordo com a auditoria,ao longo da última década,as perdas económicas decorrentes de fenómenos extremos relacionados com o clima na UE foram,em média,de 26 mil milhões de euros por ano.

Se a atual economia da UE fosse exposta a um aquecimento global de 1,5 a 3 graus celsius acima dos níveis pré-industriais,sofreria perdas económicas anuais de entre 42 e 175 mil milhões de euros,estima ainda o TCE.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA),as ondas de calor,as secas,as cheias e a precipitação intensa são os fenómenos meteorológicos extremos que se verificam com mais frequência.

A maioria dos Estados-Membros costeiros registou ainda episódios de erosão costeira e uma subida do nível do mar.

A AEA refere riscos graves para a saúde,as áreas construídas (cidades,estradas,pontes,etc.),a energia,as regiões marinhas e costeiras,a agricultura,a silvicultura,a gestão de recursos hídricos e a biodiversidade.

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