Erupção de novo vulcão na Islândia é a sexta desde dezembro — Foto: AFP
GERADO EM: 30/10/2024 - 09:23
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Grandes campos de magma sob vulcões antigos expeliram dióxido de carbono muito depois que as erupções na superfície terminaram,revelou um novo estudo. O fenômeno potencialmente explica por que episódios passados de aquecimento global duraram mais do que o esperado.
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O estudo foi publicado no periódico Nature Geoscience. Os humanos estão emitindo muito mais dióxido de carbono (CO²),que aquece o planeta,do que todos os vulcões do mundo juntos. Mas os cientistas esperam que,ao estudar as mudanças climáticas no passado distante da Terra,possam entender como o mundo esquenta — e como ele poderia esfriar novamente.
Os cientistas há muito tempo ficam intrigados com o tempo que a atmosfera da Terra levou para se recuperar de um evento de extinção em massa,há 252 milhões de anos,que encerrou o período Permiano.
Foi o evento de extinção mais severo na História do planeta,eliminando cerca de 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres.
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Vulcão Etna entrou em erupção na Itália — Foto: Reprodução/Twitter
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Cinzas do vulcão Etna cobriram os carros na Sicília — Foto: Reprodução
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Monte Etna — Foto: Prefeitura de Catânia,Itália
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Esta é a terceira vez em dois anos em que um vulcão entra em erupção na região — Foto: Kristinn Magnusson / AFP
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Após terremoto,vulcão entra em erupção e cria 'cordilheira de lava' na Islândia — Foto: Kristinn Magnusson / AFP
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Vulcão Villarica tem quase 3 mil metros de altitude — Foto: ARIEL MARINKOVIC / AFP
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Vulcão Merapi entra em erupção na Indonésia — Foto: DEVI RAHMAN / AFP
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Lava também foi liberada pelo vulcão no últimos dias — Foto: DEVI RAHMAN / AFP
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Publicidade Erupção do monte Etna e outros vulcões pelo mundo
Os cientistas acreditam que a convulsão foi causada por grandes erupções vulcânicas na Sibéria. As erupções criaram "grandes províncias ígneas",enormes regiões subterrâneas de magma e rocha que foram associadas a quatro das cinco grandes extinções em massa desde que a vida complexa surgiu na Terra.
O clima da Terra levou quase cinco milhões de anos para se recuperar. Mas,de acordo com modelos científicos,o mundo deveria ter reagido muito mais rapidamente.
— O termostato natural da Terra parece ter enlouquecido durante e após esse evento — disse Benjamin Black,pesquisador da Universidade Rutgers,nos Estados Unidos,e autor principal do novo estudo.
Para descobrir mais detalhes,a equipe liderada pelos Estados Unidos realizou análises químicas de lava,usou modelos de computador para simular processos internos da Terra e comparou registros climáticos preservados em rochas.
Seus resultados sugeriram que,mesmo depois que a atividade vulcânica terminou durante episódios anteriores,o magma continuou liberando dióxido de carbono nas profundezas da crosta e do manto da Terra,o que continuou aquecendo o globo.
"Nossas descobertas são importantes porque identificam uma fonte oculta de CO² na atmosfera durante momentos no passado da Terra quando o clima aqueceu abruptamente e permaneceu quente por muito mais tempo do que esperávamos",disse Black,em um comunicado. "Achamos que descobrimos uma peça importante do quebra-cabeça de como o clima da Terra foi interrompido e,talvez tão importante quanto,como ele se recuperou".
Black disse à AFP que o processo descrito no estudo "definitivamente não pode explicar as mudanças climáticas atuais". Todos os vulcões do mundo atualmente "liberam menos de um por cento do carbono para a atmosfera do que as atividades humanas",explicou ele.
O tipo de vulcanismo que a equipe investigou foi visto pela última vez na Terra há 16 milhões de anos,e era tão enorme que poderia "cobrir os Estados Unidos continentais ou a Europa com meio quilômetro de profundidade em lava".
Mas,se as descobertas forem confirmadas,isso pode mostrar que o termostato da Terra está funcionando melhor do que os cientistas pensavam.
"Isso me dá esperança de que os processos geológicos serão capazes de gradualmente retirar o CO² antropogênico da atmosfera",disse Black. "Mas ainda levará centenas de milhares a milhões de anos,o que obviamente é muito tempo para os seres humanos".