Algumas raças apresentam maior aptidão mental para treinamento — Foto: Freepik
GERADO EM: 13/11/2024 - 15:39
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Os cães que possuem uma inteligência acima da média são aqueles que podem ser treinados e apresentam boa memória a curto prazo. Muitos podem induzir que isso está associado a ter um cérebro,no entanto,pesquisadores franceses descobriram que é o contrário,como mostram evidências publicadas na revista científica Biology Letters.
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Raças de cachorros mais inteligentes tendem a ter cérebros menores,segundo os cientistas. Enquanto aquelas em que o órgão apresenta um tamanho avantajado apresentam características de medo,agressão,comportamentos de busca de atenção e ansiedade de separação.
Assim,os cães criados para trabalho,os quais apresentam grande porte e tem cérebros pequenos (comparados ao restante do corpo) como border collie,cão de montanha dos pirenéus,mastim europeu,schnauzer e retriever (todos os tipos),apresentam grande aptidão mental e boa cognição.
"Os cães exibem múltiplas personalidades,funções e habilidades cognitivas que podem superar as dos primatas não humanos. Nossos resultados mostram que habilidades complexas e comportamento cooperativo – uma característica da cognição social – não preveem maior [tamanho do cérebro] em cães",afirmam os pesquisadores.
Enquanto cachorros de porte menor,como lulus da pomerânia,chihuahua,yorkshire terrier,shih tzu e pug,apresentam menor desenvolvimento cognitivo,de acordo com o estudo.
Ainda que pareça contraintuitivo,pois na natureza os cérebros maiores são vistos como mais desenvolvidos,a equipe explica que a reprodução excessiva destes animais por humanos,especialmente na combinação entre raças,distorceu o layout natural dos cérebros caninos.
As criações,que surgiu aproximadamente no final do século XIX,tendem a acentuar certas características e gerou as diferentes raças. Mas essa "imposição" humana está por trás desta diferença.
A pesquisa encabeçada pela equipe da Universidade de Montpellier,na França,contou com a análise de 172 raças com dados de 1.682 caixas cranianas. Os cientistas estudaram o volume endocraniano relativo (REV),ou seja,o tamanho do cérebro em relação ao corpo,dos cães.
"O REV aumenta com medo e agressão,busca de atenção e ansiedade de separação,e diminui com a treinabilidade",concluíram.
Um dos efeitos deste cérebro perceptivo é a detecção das emoções dos tutores. Um trabalho encabeçado pela Universidade de Bristol,em Londres,descobriu que a empatia dos cães é maior do que se imaginava.
Com amostras de suor coletadas os cientistas investigaram se os cachorros sentiriam o estado emocional do humano correspondente. E a partir disso,perceberam que quando estão próximos a indivíduos estressados se tornam mais pessimistas em situações incertas,enquanto a proximidade com pessoas relaxadas não causa o mesmo efeito.
Além disso,é sugerido que o cheiro do estresse pode impactar o apetite dos cães,reduzindo sua motivação para comer. Isso poderia explicar por que cães de donos estressados exibem comportamentos diferentes.
A habilidade de identificar emoções no tutor,que geralmente é algo para além do treinamento feito com o cão,é apontado pelos pesquisadores como algo inato. Ela é uma habilidade cognitiva que provavelmente evoluiu ao longo de milênios de convivência entre cachorros e humanos.