"Tenho confiança que o setor vai voltar a crescer",afirmou o ministro,que esta tarde presidiu à cerimónia de apresentação dos primeiros resultados do projeto FAIST.
Admitindo ter ficado "bastante impressionado" com os resultados do projeto,Castro Almeida destacou que o setor do calçado está a ser capaz de se "renovar e reinventar" e de usar a agenda mobilizadora para "tornar a produção mais tecnológica".
"Acho que esse é o caminho certo. Mais tecnologia,mais inovação,mais produtividade. É esse o futuro do setor do calçado",assinalou,em declarações aos jornalistas,à margem da cerimónia.
Questionado se esta inovação tecnológica não teria como consequência um aumento do desemprego,o ministro disse acreditar que não,mas que mudaria "o perfil das pessoas" que trabalham no setor,substituindo o tradicional sapateiro por técnicos especializados em áreas mais sofisticadas como a digital ou robótica.
"O setor do calçado é sempre apresentado como um setor tradicional,tal como o têxtil e,no entanto,é um setor que inova imenso",referiu,dizendo também acreditar que os desafios que a Europa enfrente "aguça" a procura de novas soluções.
"Os empresários do calçado podiam baixar os braços e dizer que a Alemanha está em crise,a França não cresce. Perante as dificuldades,a solução é ser mais competitivo para conseguir vender melhor que outros países estrangeiros como a China,Indonésia e Filipinas",acrescentou.
Aos presentes na cerimónia,o ministro disse também não acreditar que o setor do calçado "vá definhar" em Portugal e elogiou a criação,pelo anterior Governo socialista,das agendas mobilizadoras que,considerou,"são uma boa ideia" e "apontam no caminho certo".
"Tenho a convicção que no final do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] teremos vários setores da economia com caminho para tornar o seu negócio mais tecnológico e inovador",disse.
Na cerimónia,que decorreu nas instalações da empresa DCSI Pro,em Estarreja,estavam também expostas algumas das tecnologias desenvolvidas no âmbito do projeto mobilizador FAIST.
O FAIST (Fábrica Ágil,Inteligente,Sustentável e Tecnológia) resulta de um investimento na ordem dos 50 milhões de euros enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pretende desenvolver a "fábrica inteligente do futuro".
Liderado pela Carité e sob coordenação do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP),o consórcio responsável pelo projeto -- que engloba 45 copromotores,incluindo universidades,empresas e instituições do sistema científico e tecnológico -- está a desenvolver novas soluções tecnológicas,abrangendo desde ilhas de automação a linhas integradas e plataforma digitais.
Está prevista a criação de 300 novos postos de trabalho nos próximos meses,100 dos quais altamente especializados,nomeadamente quadros superiores.
Segundo a APICCAPS,até ao final de 2025 serão desenvolvidos 34 produtos inovadores que prometem fazer da indústria portuguesa de calçado "a mais qualificada do mundo".