Trabalhadores em loja de eletrodomésticos em São Paulo — Foto: Tuane Fernandes/Bloomberg
GERADO EM: 09/01/2025 - 22:10
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A recente tempestade perfeita vivida pelas varejistas brasileiras está prestes a ter um novo capítulo. Além de lidar com a concorrência das estrangeiras,as altas taxas de juros e a escalada do dólar,as empresas se preparam agora para um repasse de preços que deve chegar a 10% no primeiro trimestre do ano,disseram pessoas com conhecimento do assunto sob condição de anonimato.
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Proteínas,software e monitores de computador são áreas específicas de preocupação,disseram as pessoas. Espera-se que os aumentos nessas categorias fiquem bem acima da inflação anual,esperada em 4,85%. O IBGE divulgará o número oficial nesta sexta-feira.
O dólar opera perto da máxima histórica,o que eleva os preços dos produtos importados para os brasileiros. A alta cambial também restringe o fornecimento de alimentos ao tornar as exportações mais atraentes do que as vendas para o mercado interno no caso dos grãos e das proteínas.
Uma seca severa também contribuiu para o aumento dos preços dos alimentos.
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Centro de Distribuição das Casas Bahia em Duque de Caxias,Imbariê — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Não é só o olho no olho. Vendedores na Arezzo usam um aplicativo que permite atendimento personalizado para facilitar vendas — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
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Casa Riachuelo,de móveis e itens de decoração,ganhou dois pontos em formato 'figital' em São Paulo e usa totens em lojas da rede — Foto: Divulgação
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Centro de distribuição do Magazine Luiza em Louveira (SP) — Foto: Leandro Fonseca / Divulgação
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Centro de distribuição do Mercado Livre,em São Paulo; aumento nas vendas pela internet — Foto: Caio Guatelli / Agência O Globo
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A marca de roupas masculinas Foxton,do Grupo Soma,apostou em uma campanha de incentivo como saída para impulsionar o engajamento das vendas on-line. Pedro Soares (à direita) ganhou um iPhone e Luis Neri,um laptop — Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
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Publicidade Estratégias de varejistas envolvem novos centros de distribuição,aquisição de empresas de logística,além de foco em tr
Este cenário desencadeou as negociações mais difíceis dos últimos anos entre as varejistas e os fornecedores,disse uma pessoa a par do assunto. As companhias procuram evitar aumentos bruscos de preços que assustariam ainda mais os consumidores,já sobrecarregados com a alta das taxas de juros no país.
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As redes varejistas elevaram seus estoques para tentar,minimamente,conter o aumento de preços,segundo a pessoa,que pediu para não ser identificada por falar sobre discussões privadas.
“Os preços ainda deverão mostrar reflexo de uma economia muito aquecida”,disse Andrea Angelo,analista de inflação da Warren Investimentos. O estímulo governamental,o baixo desemprego,o choque cambial e os preços mais elevados das proteínas contribuem para um aumento dos preços,acrescentou ela.
As lojas brasileiras têm enfrentado dificuldades nos últimos anos,à medida que concorrentes estrangeiros bem capitalizados,como Amazon.com,MercadoLibre e Shein,fazem incursões no país. As ações de empresas varejistas de capital aberto,como o Carrefour Brasil,conhecido como Atacadão,e a Magazine Luiza ficaram muito atrás do desempenho do Ibovespa.
Espera-se que as empresas brasileiras comecem a divulgar os resultados do quarto trimestre no início de fevereiro e os números devem ser afetados pela estratégia adotada pelas companhias no fim no ano.
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Os preços mais elevados dos alimentos podem provocar um aumento nas receitas de vendas de produtos alimentares,mas isso provavelmente irá drenar o consumo de setores discricionários,como os bens duráveis,de acordo com Danniela Eiger,analista da XP,também prejudicando os consumidores,disse ela.
“Com a restrição de renda pela inflação,acaba que o consumidor vai enchendo seus baldinhos de prioridade,como alimentação,saúde,transportes,energia elétrica”,disse Eiger. “Outros itens vão sendo impactados à medida que a renda vai ficando mais limitada.”
A situação é semelhante à de 2020,quando o câmbio também subiu acentuadamente e as varejistas tiveram que repassar seus principais aumentos aos consumidores. No entanto,o isolamento exigido pela pandemia ajudou a blindar as varejistas,já que que os consumidores desviavam os gastos com viagens e outras áreas para compras on-line.
Mas com a atividade econômica normalizada quase cinco anos depois,as empresas não obterão os mesmos benefícios desta vez.
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