Trump discurso no Capitólio após tomar posse para segundo mandato — Foto: SAUL LOEB / POOL / AFP
Integrantes da cúpula das Forças Armadas no Brasil apontam um assunto como o maior foco de tensão apósDonald Trumpter tomado posse como presidente dos Estado Unidos: os efeitos geopolíticos e militares de uma possível ação americana para retomar o controle o Canal do Panamá.
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Em uma entrevista coletiva,às vésperas de voltar à Casa Branca,Trump manifestou o desejo de retomar o controle do Canal do Panamá e não descartou o uso de força militar para isso. No discurso de posse,nesta segunda-feira,o presidente dos EUA dobrou a aposta e disse: “[…] a China está operando o Canal do Panamá e não o demos à China. Nós o demos ao Panamá. E estamos tomando de volta”.
A avaliação de integrantes das Forças Armadas é que uma eventual ação militar dos EUA sobre o canal poderia teria reflexos diretos em países como Colômbia,que faz fronteira com Panamá e o Brasil.
Outro foco de atenção é a reação que o ditador venezuelano Nicolás Maduro poderia adotar diante deste cenário,conflagrando ainda mais o ambiente. Há o receio de que ocorra uma nova escalada de tensão,inclusive,na fronteira do Brasil com a Venezuela.
Integrantes da cúpula das Forças Armadas lembram o mês de dezembro de 2023,quando houve o momento de maior apreensão diante das ameaças de Maduro,de anexar o território de Essequibo,que pertence à Guiana. Na época,o Exército deslocou tropas,blindados e munições para a fronteira com a Venezuela,para reforçar a segurança da região.
A operação durou cerca de seis meses e teve custo de R$ 208 milhões por parte do Exército. Os gastos com esse tipo de operação não são previstos no orçamento das Forças. Com isso,o governo costuma restituir os valores empregados. Nesse caso,porém,o rombo ficou com o Exército e o dinheiro não foi repassado pela União.