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Plano de paz de Trump para a Ucrânia deve ser apresentado na semana que vem, afirma Bloomberg

2025-02-06     IDOPRESS

Militar presta homenagem diante do caixão de Anton Spitsyn,soldado morto em combates com a Rússia — Foto: Ivan SAMOILOV / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 05/02/2025 - 17:28

Plano de Paz de Trump para Ucrânia: Conferência de Munique e Controvérsias

Plano de paz de Trump para Ucrânia será apresentado na Conferência de Segurança de Munique,propondo congelamento dos combates e garantias de segurança a Kiev. Trump condiciona ajuda à Ucrânia a fornecimento de terras raras. Troca de prisioneiros e possível envolvimento de soldados norte-coreanos também são temas em destaque. Kremlin critica proposta como compra de ajuda.

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O governo do presidente dos EUA,Donald Trump,deve apresentar na semana que vem um plano para a guerra na Ucrânia,que está prestes a completar três anos. Um cessar-fogo duradouro é uma promessa de campanha do republicano,que chegou a prometer acabar com o conflito em 24 horas e que diz manter contato com representantes de Kiev e Moscou.

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De acordo com a Bloomberg,a proposta será revelada durante a Conferência de Segurança de Munique,entre os dias 14 e 16,pelo enviado especial dos EUA para a Ucrânia,Keith Kellogg. Em publicação no X,na segunda-feira,ele disse que estava “ansioso para falar sobre a meta de Donald Trump de acabar com a sangrenta e custosa guerra na Ucrânia”,e que se reunirá com aliados.

Não foram dados detalhes sobre como serão as discussões,tampouco sobre o que Kellogg levará a Munique. Segundo informações da equipe de Trump que circulam nas últimas semanas,o ponto central será a ideia da “paz através da força”,ou seja,pressionar russos e ucranianos ao engajamento diplomático.

Segundo a Bloomberg,os americanos devem propor um congelamento dos combates,similar ao visto no leste ucraniano depois do início da guerra civil,em 2014,e sugerir que os territórios ocupados pelos russos sejam postos em uma espécie de limbo. Washington ainda forneceria garantias de segurança a Kiev para impedir uma nova invasão russa. Uma versão inicial do plano,revelada em dezembro pela agência Reuters,defendia que as áreas tomadas por Moscou — cerca de 20% da Ucrânia — ficassem com as forças russas,e que os ucranianos desistissem da adesão à Otan.

Mulher caminha pelas ruas de Pokrovsk,em Donetsk,na Ucrânia,região muito atingida pela ofensiva russa no país — Foto: Genya Savilov

Mesmo antes da posse de Trump,representantes da Casa Branca têm mantido diálogo constante com Moscou e Kiev,muito embora sem revelar o tom das conversas,tampouco o grau de comprometimento dos dois lados com um processo de paz. Nesta quarta-feira,o secretário de Imprensa do Kremlin,Dmitry Peskov,afirmou a jornalistas que os contatos se intensificaram.

Na véspera,o presidente ucraniano,Volodymyr Zelensky,afirmou em entrevista que está pronto para conversar com o líder russo,Vladimir Putin,“se essa for a única forma na qual poderemos trazer paz aos cidadãos da Ucrânia e não perder pessoas".

— Não serei gentil com ele,o considero um inimigo. Para ser honesto,acho que ele me considera um inimigo também — disse Zelensky ao jornalista Piers Morgan.

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Para Peskov,a prontidão de Zelensky precisa “ser baseada em fatos”,e que ela “por enquanto não é mais do que palavras vazias”.

Quase três anos depois de uma invasão que custou dezenas de milhares de vidas e provocou uma das maiores ondas de refugiados do século XXI,Zelensky se vê com cada vez menos opções para resistir à ofensiva russa. A chegada de Trump à Casa Branca pôs em xeque os envios bilionários de armas e dinheiro iniciados por Joe Biden e aliados em 2022,e o poder de ataque russo,apoiado pelo Irã e Coreia do Norte,tem imposto derrotas cruciais no leste.

Neste cenário,o próprio tom do líder ucraniano,que há poucos meses se recusava a considerar a concessão de territórios aos russos,começou a mudar. Além da prontidão para falar com Putin,que o considera um presidente ilegítimo (seu mandato expirou no ano passado,mas a lei marcial ucraniana permite sua permanência),ele se mostra disposto a concordar com novas condições impostas pela Casa Branca.

Além do congelamento do conflito,Trump sinalizou que a Ucrânia poderá pagar pela ajuda militar com suas riquezas minerais,citando as reservas de terras raras,usadas na indústria de tecnologia de ponta,e “outras coisas”,como o lítio presente no solo do país,e que é considerado crucial para a fabricação de baterias. Na terça-feira,Zelensky afirmou que a proposta,chamada por ele de “investimento externo”,veio de Kiev,e que uma delegação dos EUA deve chegar ao país em breve.

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O plano foi chamado de “egoísta” pelo chanceler alemão,Olaf Scholz,e o Kremlin tampouco pareceu confortável com a entrada de empresas americanas no setor de mineração ucraniano. Boa parte das reservas de terras raras estão em áreas ocupadas pelos russos,no leste do país.

— Se chamarmos as coisas como elas são,esta é uma proposta para comprar ajuda,em outras palavras,mas especificamente para fornecê-la em uma base comercial — afirmou Peskov,segundo a agência Tass. — Seria melhor,é claro,que a assistência não fosse fornecida,pois isso contribuiria para o fim deste conflito.

Afirma Seul: Mais de mil soldados da Coreia do Norte enviados para lutar na guerra na Ucrânia foram mortos ou feridos no conflito

Nesta quarta-feira,russos e ucranianos confirmaram a troca de 300 prisioneiros de guerra — 150 de cada lado —,que já estão a caminho de seus respectivos países. Em entrevista ao jornal Korea Times,Dmytro Ponomarenko,embaixador da Ucrânia na Coreia do Sul,afirmou que está disposto a conversar com Seul sobre os soldados norte-coreanos capturados em solo ucraniano que não queiram regressar a seu país.

— Dada a ameaça à vida e à liberdade dos militares norte-coreanos no caso de sua repatriação para a República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte),e se eles se recusarem a voltar,estamos abertos para um diálogo com parceiros internacionais,em particular a República da Coreia (Coreia do Sul),sobre as possibilidades de sua transferência para terceiros países — disse o diplomata.

Estima-se que 10 mil militares da Coreia do Norte tenham sido enviados à Rússia,mas sua presença na guerra não foi confirmada por Pyongyang ou Moscou. Segundo Seul,eles não atuam mais em funções de combate desde janeiro.

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