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Conheça Sérgio Carvalho, que construiu sua coleção de arte com base em amizades: 'Se não rola empatia, prefiro nem comprar'

2025-02-07     HaiPress

O colecionador Sérgio Carvalho na mostra 'Horizonte cerrado: viver no centro do mapa' — Foto: Leo Martins

RESUMO

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GERADO EM: 06/02/2025 - 19:21

Coleção de Arte Contemporânea de Sérgio Carvalho em Destaque no Rio: Mostra "Horizonte Cerrado" prioritiza artistas do Centro-Oeste.

O advogado Sérgio Carvalho construiu sua coleção de arte contemporânea com base em amizades com os artistas. Sua coleção de 2.850 obras está em exposição no Rio. Ele busca empatia antes de adquirir obras. O objetivo é tornar sua coleção pública e acessível. A mostra "Horizonte cerrado" destaca artistas do Centro-Oeste.

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No final dos anos 1990,o advogado Sérgio Carvalho começou a construir sua coleção de arte contemporânea. Ao mesmo tempo,gosta de dizer,começou a formar uma outra: de amigos. No caso,os próprios autores das obras.

— Antes de adquirir uma obra,quero sentar com o artista para beber uma cerveja e conversar. São pouquíssimos os artistas que não conheço pessoalmente,e me tornei amigo de praticamente todos eles — diz Sérgio. — Sempre busquei adquirir obras depois de conhecer a pessoa. Se não rola uma empatia,um encontro,prefiro nem comprar.

Parte deste acervo que,segundo seus cálculos,tem hoje cerca de 2.850 obras,está na mostra “Horizonte cerrado: viver no centro do mapa”,em cartaz até 23 de março no Centro Cultural Justiça Federal,no Centro do Rio.

Uma ‘compulsão’

A característica de Sérgio de iniciar uma amizade com os artistas antes de comprar suas obras começou logo nas primeiras aquisições. Primeiro,ele conheceu Zivé Giudice em 1999,e foi logo apresentado a outros artistas baianos. Logo havia se aproximado também de Nazareno,José Rufino,Eduardo Frota e vários que vieram em seguida,comprando obras de todos eles.

Desde então,o colecionador tem adquirido não apenas uma,mas um conjunto de trabalhos de cada artista. Isso se caracteriza até como uma “compulsão”,segundo seus familiares.

'Paisagens instáveis 14',uma obra de Elder Rocha — Foto: Ding Musa/Divulgação

Um dos artistas é Elder Rocha,que tem suas colagens abstratas na mostra do CCJF e começou a frequentar festas na casa de Sérgio,em Brasília. A música,aliás,ficava por conta do próprio advogado,que toca piano (“bem pra caramba”,diz o artista).

— A gente se conheceu como artista e colecionador,e logo viu que tinha muita coisa em comum. Temos hoje uma amizade muito profunda — conta Elder.

O artista,que também é professor de pintura na UnB,apresentou vários de seus alunos a Sérgio. No CCJF,há uma sala dedicada apenas a obras de jovens como Bento Ben Leite,Camila Soato,Fabio Baroli e Pamella Anderson.

— Quando vejo um aluno que chama a atenção,falo com Sérgio. Mas ele não depende muito da opinião de outros para gostar ou não — afirma Elder. — Já sei que,se ele cruza os braços pra frente,é porque não gostou.

'Batata quando seca a rama que fica enxuta',de Fábio Baroli — Foto: Ding Musa/Divulgação

Quem também ia às festas na capital federal era Denise Mattar,diretora do MAM-Rio na década de 1990,que trabalhou algumas vezes com a coleção de Sérgio. A primeira foi “Duplo olhar”,no Paço das Artes,São Paulo,em 2014,quando enfim a coleção começou a ser alvo de exposições — no total,foram oito. Segundo registros da época,já eram cerca mil itens até então.

— Não conheço outro colecionador como Sérgio,acho que ele tem uma relação um pouco de mecenas,de ajudar,de empurrar — destaca Mattar. — Tem alguns colecionadores que brincamos ser profissionais,que têm um ar quase institucional. Esses costumam até ter pessoas cuidando dos empréstimos,alguns que restringem até tirar fotos. Mas Sérgio tem uma ideia de oferecer ao público,de considerar um dever dele mostrar as obras que possui.

De privado a público

O “sonho” de Sérgio,é tornar “tudo isso público definitivamente”. Ele afirma já estar em conversas para que isso se concretize:

— Tenho obras na minha casa,onde há duas reservas técnicas,em dez casas de irmãos e amigos. Recentemente,aluguei duas salas comerciais e um depósito. Mas não tem razão para pouquíssimas pessoas terem acesso,é justamente o contrário. Logo depois da primeira exposição,quando vi um monte de gente olhando as coisas,aquilo me emocionou.

E são vários os recortes possíveis em uma coleção de quase três mil trabalhos,do geometrismo ao abstracionismo. A exposição em cartaz atualmente apresenta a visão de artistas que vivem na região do Centro-Oeste brasileiro. Com curadoria de Marília Panitz,a mostra é uma pequena parte da coleção: 140 obras,de 40 artistas.

— Pensamos em marcar de forma artística essa região que está ameaçada de mudar muito rapidamente nos próximos tempos. Resolvemos trabalhar com o Cerrado e sobre essa ideia de horizontes— diz Marília. — Isso só foi possível pelas aventuras que fazemos na coleção do Sérgio.

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