Wladimir Matos Soares,policial federal — Foto: Reprodução
Mensagens obtidas pela Polícia Federal apontam que o policial federal Wladimir Matos Soares,um dos 12 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no “núcleo de ações táticas” da trama golpista,lamentou que o então presidente Jair Bolsonaro não tenha conseguido “jogadores certos” para se perpetuar no poder e impedir a posse de Lula. A observação foi feita por Soares em mensagens em que ele avisa a interlocutores que o plano de golpe de Estado havia fracassado.
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Soares foi denunciado em fevereiro deste ano pela PGR por organização criminosa,abolição violenta do Estado democrático de direito,golpe de Estado,dano qualificado contra o patrimônio e deterioração de patrimônio tombado. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve aceitar a denúncia contra o policial na próxima semana,colocando-o no banco dos réus.
Relatório da PF encaminhado nesta semana ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes analisou as mensagens extraídas do celular de Soares,alvo de uma operação de busca e apreensão em sua residência em novembro do ano passado.
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À época,ele foi preso preventivamente sob a acusação de participar de um plano para matar autoridades intitulado “Punhal Verde Amarelo”,que tinha o objetivo de executar Moraes,Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
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Momento do discurso de Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista — Foto: Edilson Dantas/O Globo
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Manifestantes do ato com Bolsonaro na Avenida Paulista criam "Farol de Mártires",com descrição dos investigados em inglês — Foto: Matheus de Souza/Agência O Globo
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Bolsonaristas em ato na Paulista com faixa "Obrigado Elon Musk" — Foto: Edilson Dantas - Agência O Globo
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Jair Bolsonaro e Nikolas Ferreira em ato na Paulista — Foto: Reprodução/Youtube
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Valdemar Costa Neto posa com apoiadora no ato da Avenida Paulista — Foto: Aline Ribeiro/ Agência O Globo
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Michelle discursa em ato pró-anistia do 8 de Janeiro,junto a Bolsonaro (a partir da esquerda),Carlos,Flávio e Jair Renan — Foto: Miguel Schincariol/AFP/06-04-2025
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Batom vira símbolo no ato pró-anistia,fazendo referência ao caso da cabeleireira Débora Rodrigues,que usou o objeto para pichar a estátua do STF — Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
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Manifestantes na Avenida Paulista a favor da anistia dos condenados pelo 08 de janeiro — Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
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Manifestantes na Avenida Paulista a favor da anistia dos condenados pelo — Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
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Manifestantes na Avenida Paulista a favor da anistia dos condenados pelo — Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
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Manifestantes na Avenida Paulista a favor da anistia dos condenados pelo — Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Veja imagens da manifestação e algumas das reivindicações dos protestantes
No relatório,os investigadores destacam uma troca de mensagens ocorrida em 29 de dezembro de 2022,quando Soares comentou com um interlocutor uma operação da Polícia Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da PF,em Brasília,em 12 de dezembro.
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Naquele dia,bolsonaristas depredaram e queimaram carros e ônibus na capital em protesto contra a prisão do pastor indígena José Acácio Tserere Xavante,apoiador de Bolsonaro que participava de manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília,inclusive em frente ao hotel onde Lula e Alckmin estavam hospedados. Xavante havia convocado manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação do petista e seu seu vice.
“Não vai mais rolar! O técnico não conseguiu os jogadores certos”,escreveu Wladimir,após um interlocutor identificado pela PF como Flávio Quirino de Morais lhe encaminhar trecho de reportagem sobre a operação policial. O contato de Quirino estava salvo como “Viva a São Jorge”.
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“Vixee. Que merdaaa”,respondeu Quirino.
A Polícia Federal verificou que Soares encaminhou a mesma mensagem (“Não vai mais rolar”) a outros interlocutores,“como forma de advertir que o golpe de Estado não seria consumado naquele momento”.
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Os investigadores identificaram mais trocas de mensagens entre Soares e Quirino em janeiro de 2023. Em áudio enviado a Quirino,o policial federal chama de “filhos da puta” o general Hamilton Mourão,ex-vice-presidente de Bolsonaro,e o general Valério Stumpf Trindade,ex-chefe do Estado-maior do Exército,alvo de ataques de radicais por não ter endossado a intentona golpista.
“Só quem estava do lado de general dele foi... o general Heleno e o... e o que tava de vice-presidente,né? Cara,sem ser o Mourão,o outro que esqueci aqui agora o nome. Mas só filho da puta. O Costa Braga,o Braga Neto,aliás”,disse Soares ao interlocutor.
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Braga Netto e Augusto Heleno,ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro,também foram denunciados pela PGR por integrarem o “núcleo crucial” da articulação de um plano golpista para impedir a posse de Lula. O STF já aceitou a denúncia contra os dois.
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Alexandre de Moraes,relator do caso,foi o primeiro a votar: "A denúncia descreve de forma detalhada,com todos os elementos,todos os requisitos exigidos,tendo sido coerente a exposição dos fatos,com a descrição amplamente satisfatória dos fatos,da tentativa de golpe de estado,tentativa de abolição violenta do estado de direito" — Foto: Antonio Augusto/STF
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Flávio Dino ponderou que uma tentativa de golpe que não deixou mortes também não pode ser minimizada: "Golpe de Estado é coisa séria. É falsa a ideia de que um golpe de Estado,ou uma tentativa de golpe de Estado,porque não resultou em mortes naquele dia,é uma infração penal de menor potencial ofensivo." — Foto: Antonio Augusto/STF/20-03-2024
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Luiz Fux terceiro a votar a favor: "Esses episódios contra a nossa democracia vão ser marcante dia após dia,todos os dias serão dias da lembrança de tudo que ocorreu. Não se pode de forma alguma dizer que não aconteceu nada. É impossível se afirmar isso" — Foto: Antonio Augusto / STF
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Cármen Lúcia afirmou ser preciso barrar a "máquina de desmontar a democracia" da história do país: "Ditadura mata,vive da morte,não apenas da sociedade,mas da democracia,de seres humanos de pele e osso que são torturados e mutilados" — Foto: Antonio Augusto / STF
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Cristiano Zanin deu o último voto que tornou Bolsonaro réu por unanimidade: "Há sim uma série de elementos a amparar a denúncia que estamos a analisar. Longe de ser uma denúncia amparada exclusivamente em uma delação premiada,o que se tem aqui são diversos documentos,vídeos,materiais que dão amparo aquilo que foi apresentado pela acusação" — Foto: Antonio Augusto / STF
A Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade receber a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe
Em outra denúncia que será analisada na semana que vem pelo STF,Soares é acusado pelo procurador-geral da República,Paulo Gonet,de liderar ações de campo “voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas”,além de ter vazado para o entorno bolsonarista informações sobre a equipe de segurança de Lula.
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Ele atuou no esquema de segurança da posse presidencial,como um dos coordenadores da segurança dos hotéis.
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